O Agronegócio terá mais recursos para custear a produção, mas precisa estar atento ao reajuste nas taxas de juros e menos apoio para investimentos. Em valores absolutos o governo está ampliando em 20,9% a oferta de crédito ao agronegócio, para R$ 187,7 bilhões, uma análise mais detalhada mostra que o setor não escapou dos cortes no orçamento público.
Divulgado há poucos dias, o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2015/16 reserva valor 11,8% menor para fomentar investimentos no campo (R$ 38,2 bi). Associado ao aumento na taxa média de juros do programa (para 8,75% ao ano), o cenário projeta preocupação de agricultores e entidades ligadas ao segmento, em meio ao fraco desempenho da economia brasileira e à queda no preços das principais commodities agrícolas produzidas no país.
O corte nos valores direcionados aos investimentos atinge em cheio a parcela dos recursos com juros controlados, que tem taxas menores, subsidiadas pelo Tesouro. A queda dessa fatia é de R$ 8,5 bilhões (-20,3%), para R$ 33,3 bilhões. O orçamento inferior e incremento nos juros levam o agronegócio a adotar uma estratégia defensiva, evitando firmar contratos de financiamentos de longo prazo neste ano, orientam economistas.