Deparando-se com forte resistência dos movimentos sociais, a Ministra Kátia Abreu (Agricultura) afirmou, ontem (6), ao assumir o cargo, que seu ministério será marcado pelo diálogo. Na solenidade, no entanto, ela aproveitou para declarar “eterno amor” ao agronegócio. “Esse ministério será o ministério do diálogo. Todos aqueles que desejarem produzir, não importa o tamanho da terra, desde que tenha um palmo de chão, o ministério está pronto para apoiar em qualquer circunstância”, disse a Ministra Kátia, ao ser questionada sobre como vai lidar com os movimentos sociais.
Diferente da política adotada no governo Lula, de promover a concentração do setor de carnes criando campeões nacionais como a JBS e Marfrig, a nova ministra pretende abrir o mercado nacional para novos frigoríficos. Ela afirmou que “ precisamos dar oportunidade para que mais frigoríficos possam exportar, sem enfraquecer ou desmerecer nenhum deles. Temos um imenso mercado lá fora e nossas agroindústrias devem estar preparadas, e totalmente liberadas, para exportar para esse grande mercado consumidor, seja de carnes, quer sejam outros produtos, como café e leite. A obrigação do Ministério da Agricultura é viabilizar, dar condições para que todas as empresas possam estar aptas para exportar,” acrescentou a nova Ministra da Agricultura.
Em seu pronunciamento de posse, a Ministra destacou “gargalos”, como as dificuldades do setor sucroalcooleiros, a necessidade de ampliar a cobertura do seguro rural e de investir em infraestrutura, como em hidrovias e ferrovias. Ela listou ainda como um de seus desafios duplicar a classe média rural nos próximos quatro anos.