A Frente Parlamentar da Agricultura Gaúcha, que é constituída de Deputados de várias siglas partidárias, anunciou que irá buscar solução para as perdas na safra de trigo junto ao governo federal. A apresentação de uma proposta ao Ministério da Agricultura, para renegociação dos passivos dos agricultores e para a comercialização dos grãos, passa entretanto por uma avaliação da qualidade da colheita. A preocupação gira em torno, principalmente, dos seguros privados, que não cobrem a baixa qualidade do grão, levando em conta apenas a quantidade obtida. São casos em que o produtor pode colher um volume considerável, mas um trigo sem condições de ser comercializado para alimentação humana e, em várias situações, nem mesmo para ração. Será encaminhada na semana que vem, proposta ao Mapa e ao Banco Central para renegociar esse saldo, que não estará coberto por parte dos seguros, explica nota da Frente Parlamentar. Indústrias, as Cooperativas e Cerealistas se comprometeram em apresentar pareceres sobre o estado dos grãos conforme a colheita avançar. Banco do Brasil e Sicredi, que financiaram quase 900 mil hectares dessa safra, colocaram-se a disposição para uma possível renegociação de dívidas de produtores. Dos 15,3 mil acordos firmados pelo Banco do Brasil, quase 14 mil foram acionados até o início da semana. O Sicrédi firmou 12 mil contratos e recebeu, até ontem (13/11), 9 mil e 100 comunicados de perda. Nesses casos, a boa notícia é que 23 mil, do total de contratos dos dois bancos são referentes ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e ao Proagro Mais, que também amparam perdas na qualidade. "Não temos dúvidas de que os produtores terão um passivo ao fim da safra. Mas estaremos abertos a uma possível prorrogação de prazos e apresentação de um novo penhor ou avalista", garantiu em nota a Superintendência estadual do Banco do Brasil no RS.