A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) dirigiu duras críticas à atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em nota oficial, a CNA alerta para as consequências do que chamou de "desastrosas da atuação ineficiente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que hoje ameaça a produção agropecuária e a economia do Brasil, com risco de fazer explodir a inflação, prejudicar o consumidor e comprometer a balança comercial brasileira". Segundo a Confederação da Agricultura, devido a leniência da Anvisa, a Justiça está prestes a decidir sobre a suspensão do registro de vários agroquímicos, alguns deles usados há quase mais de 60 anos por agricultores brasileiros e largamente usados por agricultores com destaque no cenário Mundial na produção de grãos, tais como Estados Unidos e Nações Europeias. Embora o uso correto dos produtos não evidencie danos à saúde de produtores e consumidores, que tenham sido comprovados por pesquisa científica fundamentada e internacionalmente aceita, a Justiça adotou decisão por falta de posição da Anvisa no que se refere a reavaliação dos produtos.
Devido a ineficácia da ANVISA, segundo a CNA, cerca de 180 produtos utilizados para proteger lavouras e pastagens contra pragas e plantas daninhas, que proliferam em países de clima tropical, como o Brasil, poderão ser retirados do mercado, deixando a produção brasileira desprotegida. O caso de maior repercussão envolve o fungicida utilizado no tratamento de arroz, feijão, milho, soja e trigo. Apenas para ilustrar, enquanto o preço do thiram, um defensivo genérico, varia entre 45 e 50, seu substituto direto, patenteado custa dez vezes mais: 450 reais. Também segundo o relato da CNA, os prejuízos a setor do agronegócio envolvendo toda a cadeia produtiva brasileira podem chegar a marca de 400 bilhões de reais. A nota da Confederação foi assinada pela presidente da entidade, a Senadora Kátia Abreu.