Cerca de 75% da área prevista para o plantio do trigo já foi plantada, conforme informações do engenheiro agrônomo da Cotrijui, Jaime Lorenzoni. Ele destacou também que a chuva, que atrasou o plantio, pode ter sido benéfica, pois há previsão de um inverno bastante frio e com formação de geadas, as quais seriam prejudicial para a cultura, quando estiver na fase de emborrachamento e espigamento, portanto este atraso no momento do plantio poderá se tornar benéfico para o produtor.
Conforme Lorenzoni, as formações de geada na segunda e na terça-feira, não causaram danos para o trigo, até este momento e conforme o zoneamento agroclimático para a cultura, o produtor tem até o final do mês para concluir o plantio do trigo.
O engenheiro agrônomo, Alberto Rosseto, ressaltou, durante o Informativo Cotrijui do dia 15.06.08, que na região de abrangência da COTRIJUI deve ser plantada uma área de aproximadamente 71 mil hectares, até o final de junho.
Rosseto salienta que o trigo, plantado há alguns dias, antes do período prolongado de chuvas, está passando por uma condição muito normal de desenvolvimento. “A população de plantas ficou dentro do esperado e se espera um potencial de produção normal e até um pouco acima. A Cotrijui prevê uma média de rendimento em torno de 32 sacas de trigo por hectare. Esse potencial pode ser aumentado, significa que muitos produtores vão colher acima disso e alguns poderão colher abaixo, porque dentro dessa média também se prevê algumas intempéries, que ocorrem normalmente durante o ciclo da cultura”.
Rosseto lembrou aos produtores alguns cuidados que se deve ter com o plantio, principalmente em relação ao solo. “Faltam poucos dias para encerrar o período para o plantio. Alguns produtores começam a ficar um pouco nervosos para concluir logo a sua planta e podem se sentir tentados a plantar em condições de solo não adequadas, que seriam com excesso de umidade. Então, é preciso ter cuidado, dá para aguardar, pois as previsões climáticas são de que poderemos concluir o plantio com umidade de solo adequada, não tem por que se apressar nesse item”.
O engenheiro agrônomo ressalta também a respeito do tratamento de sementes, para o controle de coró e pulgão. “É preciso fazer uma boa amostragem de solo e, se encontrar acima de cinco corós por metro quadrado, já é nível de dano econômico. Nesse caso, o produtor deve efetuar o controle”.
Rosseto lembra ainda que o pulgão, nessa fase, é muito daninho à cultura do trigo. “A planta, ainda jovem, quando atacada por pulgão, sofre muito, dependendo do nível de ataque. Bastam apenas 10% das plantas terem o pulgão, que já é suficiente para dar prejuízo econômico. É necessário que os produtores evitem que a população de pulgão cresça. Lembrando que muitas vezes pode ter pouco pulgão, mas esses podem estar transmitindo virose para a cultura. Então muitas vezes, o prejuízo não é pela praga em si, mas pelo vírus que ela vai transmitir para as plantas”.
Rosseto ressalta ainda que esse é o momento de investir no trigo. “É uma cultura que pode trazer um bom retorno econômico”.