Os preços da soja voltaram a perder força nos futuros de Chicago nesta quarta-feira. Apesar de perdas, os meses próximos continuam cotados a preços historicamente altos, em razão da baixa disponibilidade de produto.
No comparativo com novembro, mês base para os negócios da safra nova dos EUA, o spread segue superior a U$ 2,20 por bushel. Os prêmios no mercado físico reforçam ainda mais a dicotomia entre safra velha e safra nova. O vencimento maio está há poucos dias de seu encerramento e o volume de contratos em aberto cai rapidamente provocando oscilações díspares em relação a outros meses.
Fundos tendem a liquidar posições compradas e negociadores que se encontram vendidos podem brigar pela recompra de suas posições, evitando a necessidade de entrega de produto físico, num mercado praticamente sem ofertas. Isto tem tornado a posição maio extremamente eletrizante.
FECHAMENTOS: maio a U$ 14,04, baixa de 15,75 cents/bu e novembro, a U$ 11,9375, perda de 2,5 cents/bu. O produtor norte-americano está totalmente focado na implantação da nova safra e tem dispensado pouca atenção ao mercado e muito menos em vender eventuais lotes remanescentes. Os contratos mais distantes estão sob pressão há algum tempo ante a expectativa de plantio recorde e colheita cheia. Nas últimas sessões a posição novembro vem sendo negociada abaixo da importante marca de U$ 12,00 por bushel. Pressão adicional está sendo exercida pela possibilidade de transferência de parcela da área de milho para a soja.
A grande produção no Brasil e na Argentina começou a pavimentar o caminho de retorno dos preços a níveis mais baixos. Daqui para frente os negociadores vão ficar atentos ao comportamento climático nas lavouras do Meio Oeste, que será o vetor principal para alterações de cenários.
CHINA - Enquanto isto, na China os preços estão sob pressão, não só pela perspectiva de redução da demanda em razão do novo surto de gripe aviária, mas também pelas estimativas de aumento da oferta. A melhora da logística de embarques no Brasil está permitindo prever importações de pelo menos 6,0 milhões de tons em maio e de 7,0 milhões em cada um dos dois meses seguintes. O processamento mensal da indústria local é de cerca de 5,0 milhões por mês.
MERCADO INTERNO - As perdas externas, combinadas com baixa do câmbio, resultaram em pressão sobre as cotações domésticas. Com isto, o mercado andou devagar, praticamente sem ofertas. Indicações de compra em Paranaguá entre R$ 58,00 e R$ 59,00 e, no oeste do estado, entre R$ 54,00 e R$ 54,50 por saca, dependendo do local de embarque e do prazo de pagamento.
Fonte: VS Comunicações