A colheita do milho, no Rio Grande Sul está mais adianta este ano em relação a 2012, sendo que o percentual de área colhida no Estado até o momento é de 69%, enquanto no mesmo período do ano passado estava em 62%
A colheita de milho nas regiões da Produção, Médio Alto Uruguai, Nordeste e Alto Jacuí – onde atende a Emater Regional de Passo Fundo – já está quase finalizada. Dos 200 mil hectares de área cultivada, 95% já foram colhidos. De acordo com o engenheiro agrônomo responsável pela área de Culturas da Emater Regional em Passo Fundo, Cláudio Doro, ainda há milho nas lavouras porque o trabalho foi interrompido pela colheita da soja. “Em geral, as propriedades maiores já terminaram a colheita, mas as pequenas propriedades tiveram que dar uma pausa em função da colheita da soja”, disse Doro.
Porém, esta interrupção não acarretará em danos para os grãos que ainda não foram colhidos. “Na agricultura familiar, há o costume de dobrar o milho para protegê-lo, e até mesmo a condição climática atual está favorável para a cultura”, explicou o engenheiro agrônomo. A colheita do milho, no Rio Grande Sul está mais adianta este ano em relação a 2012, sendo que o percentual de área colhida no Estado até o momento é de 69%, enquanto no mesmo período do ano passado estava em 62%.
Doro explica que esta situação se dá, em função do clima favorável. “O mês de abril, por ser seco, está favorecendo muito a colheita, tanto do milho, quanto da soja, e a produtividade também está dentro do esperado, com cerca de 115 a 120 sacas de 60 quilos por hectare”, informou. A produção se encaixa dentro da expectativa dos produtores, porém, em função do baixo volume de chuvas em janeiro e a geada que aconteceu em dezembro de 2012, a safra deste ano não pode ser considerada excepcional, mas segundo Doro, indica uma boa produtividade.
Porém, o preço da saca de milho está em queda – atualmente custa entre R$ 23,50 a R$ 24,00. De acordo com o engenheiro agrônomo, isso ocorre em função da própria época de safra, onde há o aumento da oferta. “As exportações baixaram e sobrou milho no país, então naturalmente, quando a oferta do produto é maior, o mercado se retrai”, comentou. Porém, segundo ele, existe uma perspectiva de que, em médio prazo haja a recuperação do preço.
Em razão disso, os produtores estão esperando o segundo semestre para comercializar os grãos de milho. “A safra não está condenada por causa do preço, mas os agricultores estão aguardando que haja melhora para vender o produto”, afirmou. Quanto ao custo da produção da lavoura de milho sofreu acréscimo em relação a 2012. Conforme o engenheiro agrônomo da Emater, o que puxou os gastos para cima foram os fertilizantes e sementes, que sofreram acréscimo de aproximadamente 10% nos preços. “Tanto fertilizantes quanto sementes estão utilizando de tecnologias mais caras para apresentar um melhor resultado. A semente, por exemplo, possui mais tecnologia agregada, gerando um produto mais resistente”, observou.
Doro ainda lembrou que o Rio Grande do Sul depende também da produção de milho que chega de fora do país – Argentina e Uruguai – e da região Centro-oeste. “O consumo no Estado é de 56.600.000 toneladas de milho e produzimos 5.200.000, e este volume que falta tem que vir de fora do Rio Grande do Sul”, comentou. O engenheiro agrônomo finalizou falando que a safra do milho neste ano está sendo boa e que vai deixar uma boa lucratividade aos produtores.
Fonte: Diário da Manhã - Passo Fundo