Após três pregões consecutivos de altas, os futuros da soja realizam lucros na manhã desta sexta-feira (19) na Bolsa de Chicago.
As perdas são pouco significativas e, por volta das 7h50 (horário de Brasília), variavam entre 0,50 e 4 pontos nas posições mais negociadas.
O mercado atua com duas dinâmicas diferentes. Uma delas é de pressão positiva para os vencimentos de mais curto prazo, justificada pela estreita relação entre a oferta e a demanda, focando principalmente os apertados estoques norte-americanos de soja.
Por outro lado, as boas expectativas para a nova safra dos Estados Unidos pesam sobre as cotações de longo prazo. E o mercado ainda observa o atraso no plantio do milho no país em função do clima adverso, o que poderia resultar, caso se agrave, em uma maior área cultivada com soja diante da necessidade de migração de cultura.
VEJA COMO O MERCADO TERMINOU NESTA QUINTA-FEIRA (18):
Oferta escassa nos EUA sustenta altas da soja nesta quinta-feira
Nesta quinta-feira (17), a soja encerrou o terceiro pregão consecutivo em alta na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos fecharam o dia com ganhos entre 6,25 e 10 pontos, refletindo os apertados estoques norte-americanos e a demanda aquecida.
O mercado internacional da soja ainda se foca na ajustada oferta mundial, principalmente nos Estados Unidos. A demanda está bem presente no mercado norte-americano e se mostra acima do normal para o período em decorrência da falta de infraestrutura logísitica do Brasil, e esse é mais um fator de alta para os preços.
Não só no mercado futuro, mas no físico dos EUA os preços também vêm registrando um bom desempenho, ao passo que, diante de uma intensa procura pela oleaginosa, os produtores se abstêm de vender à espera de preços melhores.
"A escassez de soja nos Estados Unidos já é uma realidade. Resta pouca soja no mercado interno americano e os produtores estão se abstendo de vender o pouco que lhes resta, antes de terem a certeza que poderão plantar a próxima safra satisfatoriamente, a partir da segunda quinzena deste mês de abril", afirma o consultor de mercado da SIM Consult, Liones Severo.
Nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seu relatório de exportações semanais indicando um aumento nas vendas de soja em relação à semana anterior, informação que serviu como catalisador para o avanço das cotações no mercado internacional. Paralelamente, ainda reportou a venda de 252 mil toneladas da oleaginosa para a China com entrega na safra 2013/14.
Até o momento, das 36,74 milhões de toneladas de soja destinadas à exportação, cerca de 36.637 milhões já foram vendidas, restando apenas 103 mil, como explica Severo. "Se considerarmos as vendas anunciadas nesta data, de 252 mil toneladas, os estoques de passagem (31 de agosto de 2013) já estão sendo comprometidos, que são de apenas 3,4 milhões de toneladas. Quanto ao farelo de soja, do total destinado para a exportação de 8,48 milhões, já foram vendidas 8,388 milhões de toneladas, restando apenas cerca de 91.000 para vender. Já o óleo de soja tem uma situação mais confortável porque ainda dispõe de 211.000 toneladas, que representa menos da metade disponível na mesma data no ano passado", finaliza.
Fonte: Universo Agro - Carla Mendes