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11h02

EUA 2013: PLANTIO DA NOVA SAFRA DE GRÃOS COMEÇA SOB CLIMA ADVERSO

As expectativas para a nova safra de grãos dos Estados Unidos são grandes e indicam uma produção cheia para 2013.

Segundo as primeiras estimativas de intenção de plantio divulgadas no dia 28 de março pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a área de milho deverá ser a maior desde 1936, com 39,38 milhões de hectares neste ano. Já a soja deverá ser plantada em cerca de 31,2 milhões de hectares.

No entanto, os trabalhos da safra nova não se iniciam sob condições climáticas favoráveis. O inverno deste ano tem se mostrado bem longo e, no meio de abril, as temperaturas estão muito baixas, há chuvas excessivas e ainda previsões de neve para ainda essa semana.

Com isso, o plantio de milho que foi iniciado na última semana já indica um atraso em relação aos números do ano passado e também à media histórica. Até o último dia 14, apenas 2% da área havia sido plantada, enquanto no mesmo período de 2012 esse índice era de 16% e a média é de 7%, segundo informações do relatório de acompanhamento de safra reportado pelo USDA.

"As chuvas não dão um trégua desde meados de março, o frio continua afetando algumas áreas do norte do cinturão de produção, já temos chamadas de neve para este final de semana, o que é bem surpreendente para o meio de abril. Então, temos o ritmo do plantio deste ano, como vimos no relatório do USDA da última segunda-feira, bem atrás do que o registrado no ano passado", relatou o analista de mercado da PHDerivativos, Pedro Dejneka, direto de Chicago.

Entretanto, o analista afirma ainda que qualquer comparação feita com os números do ano passado não geram muito impacto, uma vez que o ritmo de plantio registrado em 2012 foi extremamente rápido, com o mês de março sendo um dos mais quentes e secos do país. As condições, portanto, eram mais favoráveis e fez com que a semeadura tenha sido feito com antecedência por parte dos produtores.

Até o momento, o que as previsões indicam é que esse quadro climático deverá se manter para os próximos 10 dias e, caso isso permaneça até maio, o atraso já deverá chamar mais atenção dos investidores para o mercado na Bolsa de Chicago.

O resultado desse atraso seria, caso se agrave, uma migração por parte dos agricultores, para a cultura da soja, que deverá começar a ser plantada no início de maio. A mudança seria, portanto, positiva para os preços do milho e, em contrapartida, negativo para o mercado da soja, já que a oleaginosa contaria com uma área maior.

Por outro lado, Dejneka explica ainda que essas chuvas podem ser muito importantes, pois contribuem para a umidade do solo em importantes regiões produtoras, a qual estava ainda bem abaixo dos níveis ideais em função da severa estiagem que castigou a produção norte-americana no ano passado.

Caso todo esse potencial esperado para a nova safra dos EUA se confirme, para o analista, a chegada dessa produção seria capaz de reestabelecer os estoques a níveis adequados. Os contratos de mais longo prazo já começam a refletir essa possibilidade, com cotações de quase US$ 2 dólares abaixo das praticadas nos vencimentos mais próximos.

"É preciso muita cautela em relação a preços mais para frente. Há um potencial de vermos a soja abaixo de US$ 11 e milho abaixo de US$ 5 para os contratos de novembro e dezembro se tivermos uma safra recorde nos EUA. Mas, o contrário também é verdade, se o clima não ajuda e se temos algum tipo de complicação, os preços (da soja) devem manter os patamares de US$ 13 a US$ 15, ou até mais. A demanda é uma constante, mas o clima é a chave para o mercado agora", afirma Dejneka.

No entanto, enquanto isso não acontece, o mercado atual se foca ainda na ajustada relação entre a oferta e demanda, principalmente nos vencimentos de mais curto prazo. "A situação atual deverá elevar os preços de soja e farelo na Bolsa de Chicago, numa tentativa de conter o consumo através do racionamento pelo preço", disse o consultor de mercado Liones Severo, da SIM Consult, em um artigo publicado no Notícias Agrícolas.

Sendo assim, a tendência é de que os preços ainda operem com uma significativa volatilidade até que o mercado conheça informações concretas sobre a nova safra dos EUA.
Fonte: Universo Agro

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