O vice-presidente do Sindag – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola -, Amaury Sartori e o diretor executivo da Andef – Associação Nacional de Defesa Vegetal -, Eduardo Daher, consideram que o ano de 2012 foi favorável aos produtores para investimentos em defensivos agrícolas. As entidades afirmaram que o uso desses produtos pesou decisivamente na safra recorde de grãos que está sendo colhida, estimada pela Conab* em 185 milhões de toneladas.
De acordo com os executivos, preços internacionais atrativos para produtos como feijão, milho e soja, somados à boa liquidez do mercado interno, motivaram agricultores a perseguir ganhos em produtividade através das tecnologias para controle de pragas, doenças e plantas daninhas.
Andef e Sindag informaram que esse cenário, sobretudo, ajudou a elevar em 14% as vendas da indústria de defensivos agrícolas entre os meses de janeiro e dezembro de 2012. O setor movimentou US$ 9,710 bilhões no período, contra US$ 8,488 bilhões de 2011.
Os dirigentes ressaltam, no entanto, que o comportamento do câmbio - situado na casa de R$ 2,00 durante vários meses de 2012 – produziu efeito relevante na variação do resultado apurado em comparação ao do ano passado. “Em 2011 o dólar se manteve num patamar bem inferior, entre R$ 1,60 e R$ 1,70”, ponderou Ivan Amâncio Sampaio, gerente de informação do Sindag e coordenador de estatísticas da entidade.
Segundo as entidades, a cadeia produtiva da cana-de-açúcar deu uma contribuição significativa ao resultado do setor. Os porta-vozes assinalam que na safra 2012/13, encerrada no mês de dezembro último, houve aumento expressivo nos investimentos das usinas na qualidade da matéria-prima para industrialização de açúcar e etanol e a cogeração. “O setor sucroenergético iniciou um ciclo de recuperação da moagem e para tanto reforçou tratos culturais”, avaliou Amaury Sartori.
Eduardo Daher, da Andef, acrescentou que a seca nos Estados Unidos também influenciou as vendas de agroquímicos em 2012, marcadamente nos últimos meses do ano. “Os bons preços das safras anteriores capitalizaram produtores brasileiros de milho e soja, que ganharam motivação extra para investir na produtividade de suas lavouras com o advento da seca americana”, enfatizou o executivo.
As entidades revelaram ainda que os mais representativos indicadores de vendas de defensivos apurados em 2012 estão concentrados nas culturas com maior potencial de crescimento em Valor Bruto da Produção (VBP) - dado aferido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que define o preço total das 20 maiores safras do País.
De acordo com o MAPA o VBP total previsto para a safra 2012/13, considerando a somatória de todas as culturas que compõem o levantamento, é de R$ 277,2 bilhões, uma elevação de 13% na comparação com o período 2011/12.
Por cultura, o carro-chefe do estudo é novamente a soja, com a projeção recorde no valor de R$ 83,5 bilhões, 27% superior ao do ano passado. Cana-de-açúcar e milho aparecem na sequência, com VBP estimado em R$ 48,1 bilhões e R$ 39,9 bilhões - crescimento de 10,4% e 19%, respectivamente.
A soja, portanto, absorveu o maior volume de comercialização de defensivos agrícolas em 2012, com 47,2% do total, seguida pelas culturas de cana-de-açúcar (12,6%) e milho (9,4%), além de algodão (9,3%), café (3,5%), feijão (2,8%), citros (2,3%) e outras (12,9%).
Nas vendas totais de defensivos em 2012, a participação percentual dos inseticidas aumentou de 35%, em 2011, para 38%, atingindo US$ 3,625 bilhões. Já o mercado de herbicidas girou em torno de 32% e US$ 3,135 bilhões e os fungicidas atingiram 25%, resultando em US$ 2,449 bilhões. Os acaricidas e outros produtos somaram 5% e movimentaram respectivamente US$ 101 milhões e US$ 398 milhões.
Para este ano o Sindag projeta um crescimento da ordem de 4% no mercado de agroquímicos. Os porta-vozes informaram que ainda em 2013 a indústria investirá numa estratégia de marketing institucional focada em sua atuação no âmbito da ciência e da produção de alimentos, bem como na difusão de programas já existentes que contribuem para a sustentabilidade na agricultura brasileira.
Fonte: Agrolink com informações de assessoria