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15h41COTRIJUI NEGOCIA DÍVIDAS APÓS TROCA DE GESTÃO
Com a maior capacidade de armazenagem de grãos no interior do Rio Grande do Sul, a COTRIJUI busca formas de garantir segurança aos produtores que começam a colher safra recorde de soja. Líder em faturamento entre as cooperativas gaúchas, cerca de R$ 1,2 bilhão ao ano, a empresa tem dívidas com associados e fornecedores.
As dificuldades financeiras foram expostas pela troca da diretoria, em fevereiro deste ano, depois de 18 anos sob o mesmo comando. Conforme o vice-presidente Paulo Schossler, os débitos da cooperativa chegam a R$ 270 milhões. A dívida se refere a conta corrente (valores devidos) de associados, produtos a liquidar (já vendidos e ainda não pagos) e atrasos em pagamentos a fornecedores de fertilizantes e insumos.
– Não é uma dívida impagável, levando em conta nosso faturamento. Estamos negociando com credores e temos crédito a receber – disse Schossler, sem estimar quando a COTRIJUI deve cobrar.
Nesta terça-feira, a cooperativa encaminhou documentação para regularizar o credenciamento de suas dependências como armazéns gerais, nos quais o grão poderá ficar armazenado em nome do produtor, com direito de venda a qualquer momento. A medida é importante porque há produtores com receio de que a empresa sofra cobranças judiciais, ameaçando de confisco o grão depositado.
Associado há 13 anos da COTRIJUI, o agricultor José Carlos Granville, 52 anos, ainda não sabe onde entregará a safra de soja neste ano. Em 10 dias, o produtor deverá iniciar a sua colheita na Linha Sete Leste, em Ijuí.
– Não falhei um ano a entrega da safra na COTRIJUI – lembra o produtor.
A COTRIJUI tem grande identificação com produtores de Ijuí e do Noroeste do Estado. Por isso, se produtores como Granville se sentem inseguros em entregar a safra à cooperativa, também temem deixar a produção em uma empresa que não seja de confiança.
A situação da COTRIJUI tem mobilizado entidades do agronegócio, em busca de soluções para não complicar o já desafiador armazenamento da supersafra gaúcha.
– A produção precisa dos armazéns da cooperativa, mas também é necessário dar segurança jurídica aos produtores – diz o presidente da Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul (Ocergs), Virgilio Perius.
Fonte: Zero Hora – Foto: Abel Oliveira
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