Comentários referentes ao período entre 15/03/2013 a 21/03/2013.
As cotações do trigo em Chicago melhoraram um pouco durante a semana, fechando a quinta-feira (21) em US$ 7,28/bushel. Todavia, o mercado recuos importantes para os meses futuros na medida em que estaria se desenhando uma safra importante nos principais produtores mundiais em 2013. Esse fato reporia os estoques internacionais. Todavia, ainda é cedo para se ter certeza a respeito de tal tendência.
No curto prazo, as vendas líquidas dos EUA, em trigo, ficaram em 888.500 toneladas na semana encerrada em 7 de março, para o ano comercial 2012/13 iniciado em junho. Já as inspeções de exportação dos EUA, em trigo, atingiram a 651.700 toneladas na semana encerrada em 14/03. No acumulado do ano comercial o volume atinge a 20,3 milhões de toneladas, contra 21,7 milhões um ano antes.
Para temperar um pouco o pessimismo do mercado quanto aos preços, notícias procedentes da Austrália (segundo maior exportador mundial) dão conta de perdas na safra atual de trigo, com a oferta chegando a 21,5 milhões de toneladas no final de setembro, ou seja, uma perda de 28% sobre o ano anterior. Isso provocará recuo em seus estoques e as exportações de trigo australiano recuariam 35%, não passando de 16 milhões de toneladas em 2012/13. (cf. Safras & Mercado)
Paralelamente, a produção de trigo brando na União Europeia tende a subir 2,6%, batendo em 127,8 milhões de toneladas.
No Mercosul, os preços locais continuam se adaptando ao recuo internacional e baixam a cada semana, mesmo com a possibilidade de a Argentina colhendo uma safra menor neste último ano. Assim, “em Bahia Blanca a oferta é limitada e os preços são nominais, com o produto sendo cotado a US$ 360,00/tonelada na compra e US$ 370,00 na venda. No Uruguai o trigo também recuou na comparação com o mês anterior, ficando cotado a US$ 330,00/tonelada na compra e US$ 340,00 na venda. No Paraguai as cotações baixaram para US$ 310,00/tonelada na compra e US$ 320,00 na venda. Nesse contexto, o trigo para exportação brasileiro ficou indicado na faixa de US$ 335,00/tonelada FOB”. (cf. Safras & Mercado)
No Brasil, os preços estacionaram e o mercado se manteve lento. O balcão gaúcho ficou em média em R$ 31,04/saco, enquanto os lotes giraram ao redor de R$ 655,00/tonelada. No Paraná, os lotes avançaram um pouco igualmente, fechando a semana entre R$ 766,00 e 776,00/tonelada. Mesmo assim, tais preços representam um recuo entre 4% e 7% sobre igual período do ano passado.
O mercado nacional esteve na expectativa do leilão de venda de estoques públicos que ocorreria nesta quinta-feira, pelo qual deveria ser disponibilizado um produto de qualidade. Para esse leilão, a surpresa teria sido o preço do produto indicado pela Conab. O mesmo, em média, seria de R$ 750,00/tonelada para o trigo tipo 1. Tal preço permitiria negócios no Paraná, porém, dificilmente haveria interesse no Rio Grande do Sul pelo trigo do governo dado que os preços locais estão bem mais baixos, embora haja pouco produto de qualidade disponível.
Enfim, continua havendo margem para novas quedas nos preços do cereal, sobretudo no Paraná. Conforme Safras & Mercado, o trigo argentino, por exemplo, com o atual câmbio de R$ 1,99 (durante a semana houve uma desvalorização do Real), chega posto nos moinhos paulistas a R$ 810,00/tonelada. Assim, para chegar ao patamar do importado, o produto do norte do Paraná poderia ser vendido a apenas R$ 700,00/tonelada.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.