Por: Caroline Wesp Guterres – Biol. Doutora Pesquisadora - Manejo de doenças CCGL TEC.
Atenção redobrada nesta reta final de safra é imprescindível.
De acordo com dados do Consórcio Antiferrugem, o Rio Grande do Sul é o Estado com maior incidência de ferrugem asiática de soja na safra 2012/2013. Até esta segunda- feira, dia 18/03, foram relatados 113 casos de ferrugem nas principais regiões produtoras de soja do Estado. O Paraná é o segundo com maior incidência da doença, com 110 casos. Na prática sabemos que estes números são muito maiores, já que na maioria das vezes o produtor percebe a doença, mas não relata a ocorrência para os laboratórios credenciados.
A ferrugem da soja se espalha rapidamente em função da eficiente disseminação dos esporos do fungo pelo vento, requerendo temperaturas próximas a 24ºC e molhamento foliar, garantido não só pelas chuvas, mas também, pelo orvalho, cujas condições ocorreram com alta frequência nos últimos dias.
Ao se analisar o histórico das condições climáticas da presente safra, constata-se que em dezembro e início de janeiro, período de surgimento dos primeiros focos da doença no Estado, vivenciamos a ocorrência de uma boa quantidade de chuvas, ideais para a multiplicação de inóculo. A partir da segunda quinzena de janeiro até meados de fevereiro, houve menor ocorrência de chuvas, fazendo com que muitos produtores desacreditassem do real potencial destrutivo da doença e atrasassem o início das aplicações. Após este período as chuvas se normalizaram, dificultando a entrada na lavoura para aplicação de fungicidas.
Com a lavoura “fechada” as condições para desenvolvimento do fungo são aumentadas e a probabilidade de controlar a doença no baixeiro, onde a ferrugem se inicia é reduzida. O clima úmido atualmente ocorrente está propício para o desenvolvimento da doença, por isso, mesmo em lavouras com tratamento preventivo ou nas lavouras em fase de início de enchimento do grão os produtores deverão ficar atentos. Lembrando que o tratamento com fungicida é economicamente viável até a fase de grão completamente cheio (entre R5.5 e R6), realizando-o sempre com misturas de triazol + estrobilurinas.
Atenção especial deve ser dada à soja semeada no tarde ou na safrinha, que permanecerão no campo por mais tempo em condição de alta disponibilidade de inóculo.