A produção de trigo na Argentina vai se recuperar de um ano ruim e crescerá na safra 2013/14 graças aos elevados preços do cereal e à expectativa de clima favorável, mesmo com os produtores ainda desconfiados com o novo sistema oficial de aprovação de exportações que busca incentivar o cultivo.
A área destinada ao trigo em 2012/13 no país, um dos maiores exportadores do cereal, foi de apenas 3,28 milhões de hectares, número mais baixo desde que a Argentina começou a realizar estimativas em 1969/70.
Os agricultores dizem que a situação ruim que enfrentam é decorrência das restrições que o governo impõe às exportações para garantir os abastecimento doméstico.
Em resposta aos pedidos de mais previsibilidade para os negócios, as autoridades anunciaram no início de março que na safra 2013/14 permitirão exportações de 5 milhões de toneladas do cereal, cujo plantio começa em maio.
"Tudo isso me faz pensar que hoje, assim como estão as coisas, que vai haver uma recomposição de área (em 2013/14). Que o valor aproximado pode ser de 4,5 milhões de hectares", disse o analista Gustavo López, diretor da consultoria Agritrend.
Outros especialistas disseram que ainda é cedo para fazer estimativas, já que faltam dois meses para o começo do plantio, mas que os altos preços do cereal motivariam um incremento da área.
No entanto, a área plantada ainda seria inferior à média dos últimos anos, segundo especialistas.
"No mercado a termo, janeiro de 2014 está um pouco acima de 190 dólares (por tonelada), que é mais que os 150 (dólares) do ano passado. No entanto, é um mercado que não é transparente como gostaríamos de ter", disse o secretário da associação Aaprotrigo, Santiago Cameron.
A Argentina é o principal fornecedor de trigo para o Brasil. Com uma quebra na última safra argentina, o país terá que recorrer a maiores volume do cereal de fora do Mercosul nesta temporada.
Fonte: Reuters