Antônio Andrade recebeu o cargo de Mendes Ribeiro Filho nesta segunda.
O novo ministro da Agricultura, Antônio Andrade, disse nesta segunda, dia 18, em discurso na cerimônia em que recebeu o cargo de Mendes Ribeiro Filho, que na sua gestão dará ênfase a uma parcela significativa de produtores rurais que não têm acesso a tecnologia e produzem quase que exclusivamente para atender o mercado interno. Ele citou o setor de lácteos como um dos que precisam do apoio governamental. Andrade lembra que a produção de grãos, como soja e milho, além de café e frutas, tem melhor competitividade na comercialização.
O ministro destacou o compromisso da presidente Dilma Rousseff de criar a Agência de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), que dará apoio aos médios produtores, levando a tecnologia até o campo.
– A meta é o aumento da renda nas atividades agrícola e pecuária com o uso de novas tecnologias que contemplem premissas de sustentabilidade – afirmou.
A expansão da produção agropecuária brasileira de forma sustentável, aliás, é uma das grandes apostas do novo ministro.
– O Brasil é um dos poucos países onde dá para expandir a área plantada e a produção de forma sustentável. Conto com o apoio atuante do cooperativismo, da pesquisa e de toda a equipe de gestores e técnicos do Ministério da Agricultura para isso – afirmou.
Ao falar de políticas do Ministério sob sua gestão, Antônio Andrade deu destaque à cadeia produtiva do leite, na qual atua como produtor.
– Uma das preocupações do ministério será investir no pequeno produtor de leite. É uma forma de fixar o homem no campo. O homem no campo custa muito menos para o poder público do que o homem da cidade – disse.
Ainda segundo Andrade, outra prioridade em sua gestão no Ministério da Agricultura será a questão da infraestrutura de armazenagem e escoamento da safra, para que a comercialização seja a mais ágil possível. Ele afirmou que é preciso melhorar a comercialização por meio de uma política agrícola de resultados, para que o Brasil assegure a liderança mundial na exportação de soja e café e possa chegar ao posto de maior exportador de milho.
O novo ministro disse também que irá dedicar os melhores esforços para apoiar as causas do setor agropecuário e acrescentou que irá se mirar no exemplo de ex-ministros que ocuparam o cargo, como Alysson Paulinelli, Roberto Rodrigues, Pratini de Morais, Reinhold Stephanes e Mendes Ribeiro. Ele disse que dará continuidade às diretrizes da gestão de Mendes Ribeiro e traçar outras que venham "reforçar ou complementar" as já existentes.
Plano Safra de 18 meses
A presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), em discurso durante a transmissão de posse, defendeu a elaboração de um plano de safra com vigência de 18 meses e prioridade para o seguro agrícola. Ela afirmou que o Brasil deve se preparar para lançar um plano de safra com planejamento para o horizonte de quatro anos, a partir de 2015.
Na opinião da senadora, o seguro agrícola deve ser o "sustentáculo" do novo plano de safra. Ela lembra que nos Estados Unidos o seguro corresponde a 80% da área plantada, enquanto no Brasil é de apenas 7%. Ela apelou ao novo ministro Antônio Andrade que converse sobre o assunto com os ministérios da Fazenda e do Planejamento, além do Tesouro.
Kátia Abreu também pediu ao ministro Antônio Andrade o envolvimento do Ministério da Agricultura na aprovação pelo Congresso Nacional da Medida Provisória 579, que trata da modernização dos portos. A senadora também pediu atenção aos mercados, "pois com medo dos norte-americanos estamos perdendo o mercado chinês".
Fonte: Estadão conteúdo e Agência Brasil – Foto: Valter Campanato