Contrariamente à soja, os preços do milho em Chicago acabaram subindo nesta semana, após o relatório do USDA do dia 08/03. Embora tal relatório não tenha trazido grandes modificações nos números conhecidos pelo mercado, o fato é que o bushel do cereal pulou de US$ 7,11 há uma semana para US$ 7,32 no fechamento desta quinta-feira (14), após ter atingido US$ 7,41 na véspera.
O relatório manteve a safra passada dos EUA em 273,8 milhões de toneladas e os estoques finais em 16 milhões de toneladas. Manteve a produção mundial em 854 milhões de toneladas e reduziu para 117,5 milhões de toneladas os estoques finais mundiais, contra 118 milhões indicados em fevereiro. A produção da Argentina foi reduzida para 26,5 milhões de toneladas e a brasileira mantida em 72,5 milhões de toneladas.
Nesse contexto, o mercado passa a esperar a entrada da safra argentina no mercado, assim como o relatório de intenção de plantio nos EUA, previsto para o dia 28/03. Assim como a soja, para o médio prazo a tendência se mantém baixista já que existe a tendência de uma área semeada em crescimento nos EUA. A umidade dos solos nesse país é adequada e até mesmo acima da média, enquanto analistas privados locais chegam a avançar uma área plantada de 39,66 milhões de hectares em milho, o que seria um recorde histórico.
Soma-se a isso o fato de que Rússia e Ucrânia seguem projetando excelentes safras de milho e trigo para este ano de 2013.
Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB fechou a semana valendo respectivamente US$ 275,00 e US$ 140,00.
No mercado brasileiro, os preços médios voltaram a estagnar e mesmo a baixar. A média gaúcha no balcão ficou em R$ 28,00/saco, enquanto os lotes registraram R$ 29,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 18,25/saco na região de Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 28,75/saco em Concórdia (SC).
Há uma grande preocupação quanto a como escoar a futura safrinha de milho, caso ela venha cheia, já que os preços tendem a baixar no mercado internacional, para o segundo semestre, e a logística brasileira no transporte, na armazenagem e nos portos está caótica. Esse quadro pode provocar uma baixa expressiva nos preços internos do cereal a partir de julho/agosto. Nesse contexto, a safrinha permanece sem preço no interior dos Estados produtores, exceção feita ao Sudoeste de Goiás onde o saco do milho safrinha teria sido cotado, de forma muito tímida, entre R$ 18,00 e R$ 19,00.
Enfim, os embarques potenciais de milho para março (não há condições de se afirmar que na prática os mesmos realmente ocorrerão) estão indicados a 1,5 milhão de toneladas a julgar pelas nomeações de navios nos portos. (cf. Safras & Mercado)
A semana terminou com a importação, no CIF indústrias nacionais valendo R$ 48,01/saco para o produto dos EUA e R$ 39,43/saco para o produto argentino, ambos para março. Já para abril o produto argentino ficou em R$ 38,22/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 31,53/saco para março; R$ 30,04 para abril; R$ 30,11 para maio; R$ 29,91 para junho; R$ 28,03 para julho; R$ 26,88 para agosto; R$ 26,69 para setembro; e R$ 25,76/saco para outubro. (cf. Safras & Mercado)
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.