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10h45MERCADO DO MILHO
As cotações do milho em Chicago fecharam a quinta-feira (07), véspera do novo relatório de oferta e demanda do USDA, em US$ 7,11/bushel. Uma semana antes o fechamento havia sido de US$ 7,19.
O mercado encontra uma certa sustentação no curto prazo, ainda sob influência da menor oferta oriunda da frustrada safra passada, porém, já está sinalizando há algum tempo preços menores no segundo semestre, a partir de uma possibilidade de colheita nova nos EUA acima de 360 milhões de toneladas. E a melhoria nas condições de umidade nos solos do Meio-Oeste estadunidense só reforçou tal sentimento. Se a safra nova vier a tais volumes, para setembro próximo Chicago poderá ver o bushel de milho abaixo de US$ 5,00, ou seja, com recuo de mais de dois dólares por bushel em seis meses. Os efeitos disso sobre o mercado mundial do cereal serão evidentes.
No curto prazo ainda, a exportação de 302.000 toneladas por parte dos EUA na semana anterior e informações de que a China está no mercado comprador deu sustentação às cotações. Mas o retorno de chuvas importantes na Argentina permite esperar uma recuperação na safra do vizinho país, fato que estabilizou o mercado temporariamente. Pelo sim ou pelo não, o mercado continua tenso nesse momento e bem mais aliviado para o segundo semestre, caso a safra dos EUA se desenvolva normalmente.
Quanto ao relatório desta sexta-feira (08) o mercado espera que os estoques finais de milho nos EUA sejam aumentados para 16,5 milhões de toneladas, contra 16 milhões em fevereiro, e que os estoques finais de milho no mundo sejam reduzidos para 117,9 milhões de toneladas, contra 118 milhões em fevereiro.
Outro fator que, desde a semana passada, vem pressionando para baixo os preços do milho em Chicago é o fato de que o trigo caiu para níveis idênticos e até mais baixos (o fechamento deste cereal no dia 07/03 ficou em US$ 6,86/bushel). O consumo para ração animal ganha, portanto, esta opção, em concorrência direta com o milho.
Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB ficou em US$ 275,00 e US$ 140,00 respectivamente neste final de semana.
Quanto ao Brasil, os preços médios voltaram a recuar em grande parte das praças. O balcão gaúcho registrou R$ 28,02/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 29,50 e R$ 30,50/saco no Rio Grande do Sul. Nas demais localidades brasileiras, os mesmos lotes ficaram entre R$ 17,50/saco, no chamado Nortão do Mato Grosso, e R$ 29,25/saco em Videira e Concórdia (SC).
Para a safrinha futura, onde a expectativa é de nova safra cheia, superando de longe a safra de verão mais uma vez, não houve indicações de preços durante a semana. A tendência continua sendo de preços bem menores no segundo semestre caso a safrinha venha cheia e as exportações, diante dos graves problemas de logística portuária, emperre em volumes bem menores do que os registrados no ano anterior.
Nesse sentido, as exportações brasileiras de milho teriam se consolidado em 2,29 milhões de toneladas em fevereiro, havendo apenas 630.000 toneladas programadas para março, porém, sem garantias de embarque devido aos problemas portuários no país.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias nacionais, registrando R$ 46,55/saco para o produto dos EUA e R$ 39,53/saco para o produto argentino, ambos para março. Já para abril, o produto argentino ficou em R$ 38,93/saco. Nas exportações, o transferido via Paranaguá, para março, ficou em R$ 31,53/saco; para abril R$ 30,88; para maio R$ 30,44; para junho R$ 30,84; para julho R$ 29,59; para agosto R$ 26,63; para setembro R$ 26,33; e para outubro R$ 25,34/saco.
A colheita da safra de verão, no Centro-Sul brasileiro, atingia cerca de 30% no início deste mês de março, enquanto o plantio da safrinha chegava ao redor de 55%. No primeiro caso, o Rio Grande do Sul já teria colhido mais de 50% de sua área. No segundo caso, o Mato Grosso já teria semeado ao redor de 75% da área projetada para o milho safrinha.
Abaixo segue o gráfico da variação de preços do milho no período de 08/02 a 07/03/2013.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário
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