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10h39MERCADO DO TRIGO
As cotações do trigo em Chicago voltaram a recuar nesta primeira semana de março, fechando a quinta-feira (07) em US$ 6,86/bushel, após US$ 7,07 uma semana antes. Pela segunda semana consecutiva o trigo cota o bushel mais barato do que o milho em Chicago.
Por sua vez, as vendas líquidas de trigo, por parte dos EUA, na semana encerrada em 21/02, ficaram em 372.600 toneladas no ano comercial 2012/13, iniciado em 1º de junho. Já vendas na semana encerrada em 28/02 teriam ficado em 152.300 toneladas. Por outro lado, as inspeções de exportação de trigo estadunidense, nesta última semana citada, alcançaram 652.599 toneladas. No acumulado do ano comercial, as mesmas somam 18,8 milhões de toneladas, contra 20,2 milhões em igual período do ano anterior.
O mercado espera os números do relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para esta sexta-feira (08/03), os quais comentaremos no próximo boletim.
Paralelamente, a Rússia espera colher entre 87 e 92 milhões de toneladas de grãos em 2013/14, o que lhe daria um excedente exportável de 22 milhões de toneladas, sendo a maior parte em trigo.
O cenário geral continua sendo de preços em recuo no mercado mundial. Assim, no Up River argentino, a tonelada FOB ficou em US$ 360,00 para compra e US$ 370,00 para venda. Em Bahia Blanca a mesma ficou em US$ 370,00, com oferta limitada nesse momento. No Uruguai, a tonelada ficou em US$ 350,00 na compra, enquanto no Paraguai a mesma recuou para US$ 310,00. Já o trigo brasileiro para exportação ficou indicado a US$ 335,00/tonelada FOB.
Diante das condições mundiais, existe espaço para novos recuos nos preços brasileiros do cereal, confirmando a nova tendência que se estabeleceu há alguns dias. Tanto é verdade que a tonelada no Rio Grande do Sul, para os lotes, recuou R$ 650,00, enquanto no Paraná a mesma caiu para valores entre R$ 760,00 e R$ 770,00. Em termos mensais o recuo é de 5% a 6%, porém, em termos anuais os ganhos estão ainda em torno de 60%. Nesse contexto, vale destacar que, na paridade de importação com o trigo argentino, ao câmbio de hoje (R$ 1,96), o produto do norte do Paraná, posto nos moinhos paulistas, deveria ser vendido a apenas R$ 732,00/tonelada. (cf. Safras & Mercado)
Para piorar o cenário, no dia 12/03 estão previstas vendas dos estoques oficiais brasileiros, embora o volume disponível seja pequeno, ao redor de 490.000 toneladas. Todavia, dependendo do preço e da qualidade do produto, os preços de mercado poderão ceder de forma mais significativa para os produtores brasileiros.
A título de informação, também se encontra mais complicado o mercado do farelo de trigo no Brasil. No Paraná, por exemplo, desde o início do ano a queda do produto a granel foi de aproximadamente 41%, passando de R$ 530,00/tonelada para R$ 310,00/tonelada. Em São Paulo, em fevereiro o farelo recuou de R$ 370,00/tonelada para R$ 300,00 em termos médios, isto é, um recuo de 18,92% em apenas um mês. Na Região Nordeste, o farelo também recuou muito, passando de uma média de R$ 650,00/tonelada para valores entre R$ 500,00 e R$ 550,00/tonelada. Em Minas Gerais os preços também caíram com o produto a granel atingindo R$ 440,00/tonelada e o ensacado (40 quilos) R$ 17,00. Mesmo com a forte queda nos preços do farelo as perspectivas para o setor ainda são ruins, pois o mercado ainda não encontrou um valor de sustentação para os preços. (cf. Safras & Mercado)
Mesmo assim, as estimativas de plantio da futura safra são positivas. Espera-se um aumento de 10% na área cultivada com trigo no Brasil, com uma produção 20% superior a da última e frustrada safra. Assim, projeta-se uma área de 2,09 milhões de hectares, com uma produção final, se o clima deixar, entre 5 a 5,5 milhões de toneladas. No Paraná, segundo o Deral, a área cresceria 6%, atingindo a 825.000 hectares, porém, ficaria ainda distante da média destes últimos 12 anos, que seria de 1,1 milhão de hectares semeados com trigo.
Abaixo segue o gráfico da variação de preços do trigo no período entre 08/02 a 07/03/2013.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário
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