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07h23

DISCUSSÕES SOBRE LOGÍSTICA E PRAGAS NAS LAVOURAS MARCAM FÓRUM QUE ENCERRA A EXPEDIÇÃO SOJA BRASIL

Evento realizado na Expodireto 2013 teve ainda a exposição de problemas encontrados pelo Projeto nas diversas lavouras de soja visitadas durante a safra 2012/2013.

Os Desafios de uma Safra Histórica foi o tema do quinto e último fórum do Projeto Soja Brasil. Depois de quase 30 mil quilômetros percorridos, a expedição chegou ao final nesta quinta, dia 7, com o debate que lotou o auditório central da Expodireto Cotrijal 2013, em Não-Me-Toque (RS). Problemas como logística, pragas, clima e questão indígena dominaram as discussões. O Canal Rural transmitiu o evento ao vivo.

Antes de iniciarem os debates, o consultor do Projeto Soja Brasil, Áureo Lantmann, fez uma exposição dos grandes problemas encontrados durante a expedição e de atitudes corretas tomadas pelos produtores. Por todas as lavouras percorridas, além do clima, a incidência de buva, nematoides e lagartas, entre outros, prejudicaram as lavouras. Mas melhoramentos também foram vistos, como a rotação de culturas em algumas localidades e o controle de pragas no momento correto em outras. Para Lantmann, em um balanço do que foi encontrado na expedição, o destaque negativo foi a grande quantidade de hectares encontrados com solo descoberto.

– O momento mais impactante pra mim, durante a expedição, foi ver a quantidade de solos descobertos encontrados. Isso é um risco muito grande, ainda mais em um ano como este, que sabíamos que a distribuição de chuvas seria irregular. Com um solo coberto, o impacto do clima seria bem menor – explicou.

O primeiro ponto debatido no fórum, mediado pelo jornalista João Batista Olivi, foi a incidência de pragas nas lavouras. Entre os desafios desta safra, o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre José Cattelan, destacou o problema com a buva - que voltou a causar prejuízos nesta safra -, e frisou sobre a importância de um manejo adequado. A helicoverpa e a ferrugem também foram lembradas pelo pesquisador.

– A helicoverpa, em algumas regiões, está sendo um problema. E ela é fruto de práticas erradas. O manejo deve ser feito de forma adequada. A rotação de culturas deve ser feita. Na questão da ferrugem, destaco a importância do vazio sanitário. É uma das grandes ferramentas que se tem, pois adia bastante o tempo da primeira aplicação de fungicida.

O clima também foi discutido. O pesquisador da Embrapa e especialista em mudanças do clima, Eduardo Assad, destacou as mudanças climáticas verificadas ao longo dos anos.

– Em relação à temperatura, não tenho dúvida, o que estamos vendo em cem anos aconteceria em muito mais tempo, e isso é provocado pela emissão de gases de efeito estufa. Existe o equilíbrio energético também, que também interfere no clima. Estamos observando chuvas muito intensas. No Cerrado, por exemplo, o percentual anual continua o mesmo, mas a incidência de pancadas é muito maior. Isso é provocado pelo reequilíbrio energético de todo o planeta.

Para lidar com as mudanças climáticas, o presidente da Aprosoja-RS e prefeito de Tapera (RS), Ireneu Orth, acredita que o produtor precisa se preparar.

– As mudanças estão acontecendo, a gente nota no resultado das colheitas. O produtor sabe disso e tem que estar preparado.

O analista de Safras & Mercado, Flávio França Júnior, ressaltou os problemas de logística e infraestrutura enfrentados pelos produtores brasileiros, como o atraso de navios nos portos.

– Esse é o grande problema desta safra. Nosso grande desafio é mandar nossa soja para o Exterior.

Ainda sobre a logística, as dificuldades com transporte e estradas foram citadas pelo presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira.

– Está faltando caminhão? Não, não está faltando. Está faltando logística. Hoje, se demora muito mais para percorrer um caminho e descarregar o produto do que antes. É uma vergonha o que está acontecendo e o que vai acontecer nas próximas safras.

A questão indígena também foi um ponto debatido no fórum Soja Brasil. O deputado federal (PP/RS) e presidente interino da Frente Parlamentar da Agropecuária, Luis Carlos Heinze, destacou o problema da cidade de Mato Castalhando (RS), onde muitos produtores podem perder as terras.

– No Brasil, há mais de 500 processos sobre demarcação e desocupação de terras. Temos que fazer pressão, pois infelizmente não estamos sendo ouvidos. E o governo parece que não está nem aí.

O PROJETO SOJA BRASIL

O Projeto Soja Brasil acompanhou a safra de soja 2012/2013 desde o planejamento do plantio até a colheita. Em 87 municípios visitados em oito Estados, a expedição levou ao produtor todas as informações sobre a cultura do grão. O presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, durante o debate, comemorou a relevância do Projeto e seu crescimento durante os quatro meses de estrada.

– É um prazer estarmos aqui encerrando esse projeto, que começou pequeno na nossa cabeça e se tornou gigantesco. O grande objetivo do Soja Brasil era entrar na casa das pessoas, e isso a gente fez. Nesse projeto, interagimos com mais de cinco mil produtores diretamente. Vivemos momentos de alegria, momentos de tristeza. Discutimos também temas políticos importantes. Quero agradecer a todos que fizeram o projeto. Espero que possamos crescer mais – declarou.

O chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre José Cattelan, também enalteceu a importância do Projeto.

– Para nós da pesquisa, isso é fundamental, porque, além de facilitar que a gente consiga levar as tecnologias para o campo, também conseguimos um feedback do produtor. Para nós, esse contato direto com o produtor é fundamental para que possamos melhorar nossas pesquisas, para que elas possam ajudar a resolver os problemas do campo. Esperamos aprimorar ainda mais nos próximos anos – falou Cattelan.

Participaram também do evento o superintendente federal de Agricultura do Mapa no Rio Grande do Sul, Francisco Natal Signor; e o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica.

O Projeto Soja Brasil é uma realização do Canal Rural e da Aprosoja Brasil, com coordenação técnica da Embrapa, e tem o patrocínio das empresas BASF, Mitsubishi Motors e Monsanto.
Fonte: CANAL RURAL – Foto: Veronica Streliaev

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