Os preços futuros da soja se sustentaram ao longo da semana passada. A pressão de queda, que seria natural após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicar que a produção norteamericana de soja poderá superar o patamar de 91 milhões de toneladas, acabou sendo anulada pela demanda firme no curto prazo.
Na semana de 15 a 21 de fevereiro, os compromissos de exportação de soja dos Estados Unidos totalizaram 1,17 milhão de toneladas, sendo 689 mil toneladas referentes a safra 2012/13 e 482 mil toneladas referentes a safra 2013/14.
O maior comprador no período foi a China, que compromissou um total de 824,8 mil toneladas. Em seguida, destacaram-se Indonésia e Holanda, que assumiram compromissos de importação de 98,3 mil toneladas e 75,9 mil toneladas respectivamente.
A redução na perspectiva de produção de soja na Argentina também teve um peso expressivo para a sustentação dos preços futuros negociados na Bolsa de Chicago.
De acordo com estimativas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a produção de soja na Argentina deverá totalizar 48,5 milhões de toneladas na safra 2012/13, o que representa uma queda de 1,5 milhão de toneladas frente ao levantamento precedente. Segundo a instituição, apesar do bom volume de precipitação acumulada em grande parte da região agrícola do país nos últimos quinze dias, algumas áreas não conseguiram recuperar de forma adequada a umidade necessária. Ao mesmo tempo, as chuvas chegaram tardias nas províncias do Norte, fato que vem comprometendo a produtividade esperada.
Mesmo com esta queda anunciada na produção, ainda sim, a Argentina deverá colher a 3ª maior safra de soja de sua história, com o volume a ser colhido na campanha agrícola 2012/13 ficando atrás apenas das produções alcançadas na safra 2009/10 e 2010/11.
A pressão climática na América do Sul aliado a firme demanda pelo produto norte-americano tem ajudado a sustentar os preços da soja no curto prazo. Ressalta-se ainda a dificuldade de escoamento da safra no Brasil. O porto de Santos está operando acima de sua capacidade, fato que tem gerado filas intermináveis de caminhões e congestionamento de navios a espera de um espaço para atracar.
Por esta razão, a procura pela soja norte-americana tem se tornado intensa. Até o dia 21 de fevereiro, os compromissos de exportação de soja dos Estados Unidos já haviam totalizado 34,6 milhões de toneladas, enquanto no mesmo período do ano passado, este volume totalizava 28,9 milhões de toneladas.
Enquanto permanecer esta pressão de demanda pela soja norte-americana, há espaço para recuperação nos preços da soja, uma vez que, os estoques de passagem nos Estados Unidos apresentam-se muito apertados.
Com as dificuldades logísticas para a exportação de soja no Brasil - fato que tem limitado a oferta externa do grão - os preços da oleaginosa tendem a permanecer firmes no curto prazo. No entanto, se o USDA voltar a confirmar a perspectiva de crescimento da produção nos Estados Unidos na campanha agrícola 2013/14 em sua pesquisa de campo aí, sim, os preços tendem a perder força.
Fonte: Informativo CLARIVI