No Brasil, o mercado torna-se cada vez mais preocupado com o rumo que a inflação está tomando.
A expectativa do setor privado aponta para uma estimativa de inflação de 5,69% em 2013, indicador
este que está bem acima do centro da meta governamental que é de 4,5%.
Ciente desta condição, a presidente Dilma Rousseff afirmou na semana passada que o governo tem um forte comprometimento com o controle inflacionário, o que levou o mercado a se questionar se haveria uma rodada de aumento na taxa básica de juros (SELIC).
Apesar desta expectativa, o mercado não acredita que esta elevação ocorreria no curto prazo, ou seja, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No entanto, o próprio Banco Central já alertou que não descarta uma rodada de aumento dos juros caso a inflação não entre em rota de desaceleração.
A situação econômica torna-se complexa neste sentido. O Brasil apresenta inflação e baixo crescimento, uma das situações mais temidas pelos governantes.
O governo atual tentou buscar o crescimento estimulando o consumo. No entanto, apenas o consumo não foi suficiente para promover o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o qual deveria ser sustentado também pelo crescimento dos investimentos.
No entanto, a incerteza do ambiente externo afugentou os empresários, que por sua vez, preferiram não expandir a capacidade de produção. O resultado foi que o Brasil registrou uma baixa taxa de investimento em 2012.
Diante deste cenário, é complicado adotar medidas de aumento de juros em um momento onde é de extrema importância estimular os investimentos.
No ano passado, o Produto Interno Bruto do país registrou expansão de apenas 0,9%, ou seja, um resultado frustrante diante das expectativas iniciais. A taxa de crescimento da economia brasileira em 2012 também foi menor do que a registrada em 2011, quando o PIB se expandiu 2,7%.
Frente a um crescimento tímido da economia e ciente da necessidade de estimular os investimentos e de reduzir o custo Brasil, o governo adotou uma série de pacotes voltados para o setor de infraestrutura.
Desde o ano passado, o governo vem anunciando uma série de pacotes de concessão para incentivar os investimentos em infraestrutura no Brasil, entre os quais se destacam o dos portos, rodovias, ferrovias e aeroportos.
Para que efetivamente estas concessões saiam do papel, o governo está realizando um “road show” no exterior para buscar investidores que suportem os programas de concessões em infraestrutura. Tais investimentos, além de serem estratégicos para o Brasil, poderiam ajudar a amenizar os efeitos negativos do ambiente externo. A crise na Europa ainda é preocupante e o ajuste orçamentário nos Estados Unidos poderá comprometer a recuperação da maior economia global.
Apesar dos estímulos aos investimentos, o mercado ainda trabalha com uma projeção para o crescimento do PIB menor do que o indicado pelo governo. Para o mercado, o PIB terá expansão de 3,10% em 2013, enquanto o governo trabalha com a projeção de 4,0%.
CONSUMO DAS FAMÍLIAS CRESCEU 3,1% EM 2012
O consumo das famílias foi o principal pilar de sustentação da economia brasileira em 2012. No ano passado, o seu crescimento foi de 3,1%, marcando o 9º ano consecutivo de sua expansão.
Apesar deste resultado, este foi o pior desempenho desde 2003. Esta queda de performance pode estar relacionada ao alto nível de endividamento das famílias, que foram estimuladas a consumir mediante uma série de medidas adotadas pelo governo desde 2009, como o aumento do microcrédito, a queda na taxa de juros e a redução de alguns impostos, a exemplo do IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados).
O governo, no entanto, aposta que o consumo deverá seguir em crescimento em 2013.
Fonte: Informativo CLARIVI