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10h28

MERCADO DO TRIGO

Comentários referentes ao período entre 22/02/2013 a 28/02/2013.

As cotações do trigo em Chicago fecharam o mês de fevereiro em US$ 7,07/bushel (abaixo dos valores praticados para o milho), após US$ 7,21 uma semana antes. A média de fevereiro ficou em US$ 7,32, contra US$ 7,68/bushel em janeiro.

Isso, apesar do fato de que o Fórum Outlook do USDA, realizado na semana anterior, indicou uma nova safra de trigo, nos EUA, na altura de 57,2 para 2013/14, contra 61,7 milhões registradas no ano anterior. A área semeada seria de 22,7 milhões de hectares naquele país, e os estoques finais recuariam para 17,4 milhões de toneladas. O preço médio, calculado pelo USDA, ficaria em US$ 7,00/bushel, contra US$ 7,90 em 2012/13. Além disso, notícias procedentes da Argentina deram conta de que a safra final desse país deve ficar em 9,4 milhões de toneladas e não em 11 milhões até aqui estimadas. Na safra anterior o volume colhido foi de 14,1 milhões de toneladas.

Todavia, no imediato, pesou mais sobre o mercado o retorno das chuvas nas regiões produtoras estadunidenses e, com isso, as cotações enfraqueceram em Chicago.

Nesse contexto, a boa exportação semanal estadunidense pouco serviu para animar o mercado. As vendas líquidas, para 2012/13, ficaram em 699.300 toneladas na semana encerrada em 14/02. O Japão foi o principal comprador com 117.200 toneladas. Já as vendas para o ano comercial 2013/14, a se iniciar em 1º de junho, atingiram 56.600 toneladas, sendo a China o principal comprador com 55.000 toneladas.

Por sua vez, as inspeções de exportação de trigo dos EUA, na semana encerrada em 21/02, atingiram a 576.045 toneladas. No acumulado do ano comercial, iniciado em 1ªº de junho de 2012, as inspeções somam 18,2 milhões de toneladas, contra 19,8 milhões no ano anterior, na mesma época.

No Mercosul, apesar das informações altistas, o mercado se manteve estável, com o Up River na Argentina registrando US$ 360,00/tonelada FOB na compra e US$ 370,00 na venda. Em Bahia Blanca a relação de preços ficou entre US$ 370,00 e US$ 380,00/tonelada. No Uruguai, a tonelada FOB esteve a US$ 350,00 na compra. No Paraguai, as cotações recuaram para US$ 310,00/tonelada na compra e US$ 320,00 na venda. Já o trigo brasileiro para exportação ficou indicado a US$ 335,00/tonelada FOB.

No mercado brasileiro os preços igualmente continuaram recuando. O balcão gaúcho fechou a média da semana em R$ 31,46/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 640,00 e R$ 660,00/tonelada. No Paraná, os lotes vieram a valores entre R$ 750,00 e R$ 780,00/tonelada conforme a região.

Embora esse recuo e a baixa liquidez do mercado na atualidade, o trigo teria ultrapassado o milho em rentabilidade neste ano. Isso no norte do Paraná, onde não houve quebra significativa de safra. Assim, segundo Safras & Mercado, o trigo naquela região registrou 17,5% de retorno, contra 5,7% do milho, fato que estaria decepcionando os produtores locais de milho safrinha. Lembramos que o Paraná reduziu bastante sua área de trigo em favor do milho safrinha no ano passado.

Nesse contexto, apesar de os preços ainda encontrarem potencial de alta no mercado externo, o anúncio de uma futura safra brasileira de trigo que poderia alcançar 5,05 milhões de toneladas (em projeção), contra apenas 4,3 milhões na frustrada safra passada, não indicaria tendência de preços melhores para o cereal, a partir de agora, no Brasil. Dito de outra forma, os preços obtidos pelo trigo neste início de ano teriam sido os melhores e uma tendência declinante estaria se consolidando lentamente. No Paraná a projeção inicial daria um aumento entre 10% a 15% na área semeada. No Rio Grande do Sul, apesar da quebra passada, espera-se a manutenção da área semeada em 2012 e, em uma possibilidade mais otimista, um aumento entre 2% e 5% nesta área. Vale destacar que o setor produtivo pressiona para um aumento de 15% no preço mínimo do cereal, assim como medidas de apoio à comercialização da futura safra.

Enfim, com a entrada de trigo importado mais barato, especialmente a partir de abril, quando a TEC cai para 0%, naturalmente deverá haver um ajuste dos preços internos em direção aos valores externos, que são mais baixos já faz algum tempo. Tanto é verdade que a paridade de importação, neste final de fevereiro, ficou em R$ 734,00/tonelada na região produtora do norte do Paraná. Isso porque o produto argentino, nas condições atuais (preço FOB na Argentina, câmbio, taxas...), chega CIF moinhos paulistas a R$ 844,00/tonelada. (cf. Safras & Mercado)
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário

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