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08h33ROÇADA: FERRAMENTA INDISPENSÁVEL EM PASTAGEM DE QUALIDADE
Por Luis Otávio da Costa de Lima – Engº Agrº Pesquisa & Difusão de Tecnologia da CCGL.
Estamos a campo recomendando e ajustando manejo de pastagens constantemente. Porém, comumente chegamos a propriedades onde o crescimento do pasto fugiu do controle, principalmente em períodos de alta temperatura, alta luminosidade e umidade no solo visto no último mês.
Pastagens tropicais (de verão) tem uma capacidade fantástica de rebrote e velocidade de incremento de massa. Isto é uma vantagem, pois a capacidade de suporte (vacas/ha) é superior ao inverno, porém, se eleva também a necessidade de monitoramento destas pastagens para que mantenhamos jovem e com qualidade.
Às vezes, passando por dias secos ou nublados, o crescimento é reduzido, entrando em dias propícios para o crescimento, ocorre de vários piquetes ficarem prontos ao mesmo período, gerando uma necessidade de medidas de controle de pasto.
Nossa primeira recomendação: reduzir o volume de silagem antes de por as vacas no piquete, estimulando-as maiores ingestões de pasto.
Segunda: aumentar o número de piquetes ofertados por dia, de um para dois, ou de dois para três.
Terceira: utilizar lotes de repasse composto por vacas secas (não 21 dias antes do parto) e novilhas.
Quarta: roçar assim que passarem estes lotes.
Muitos produtores já possuem a roçada como estratégia de manejo, mas alguns erros são bem comuns:
• Deixar vários piquetes para roçar todos juntos;
• Roçar quando o pasto já passou do ponto;
• Roçar rente ao chão, para “renovar” toda a pastagem.
Pois bem, vamos às constatações:
Esta roçada deve ser feita imediatamente a saída do gado do piquete, pois imediatamente após a bocada da vaca, este pasto inicia uma série de mobilizações de reserva para o rebrote. Se esta mobilização gerou uma folha nova e esta é roçada, a planta terá que fazer uma nova mobilização de reservas que certamente está menor, levando a um rebrote lento e com menor vigor.
A roçada é uma ferramenta de manutenção de pasto jovem, não de renovação de pasto! E isto deve ser entendido! Quando entramos em um piquete passado, o erro está feito e a roçada não resolverá, apenas minimizará os danos. Assim, acertar o ponto de entrada é fundamental, roçando imediatamente após a saída da vaca e removendo o material de qualidade que sobrou, aquele que se colocasse a vaca, ela comeria.
A altura da roçada deve ser de 10 a 15 cm, pois os pontos de crescimento e energia utilizada no rebrote encontra-se desta altura para baixo. Removendo esta fração da planta, ela terá que ativar novas gemas (pontos de crescimento), emitir novos perfilhos para só então reiniciar o processo de fotossíntese e acumular energia novamente. Ou seja, roçadas na altura correta são sinônimos de rebrote rápido e vigoroso, abaixo disso, longo período até estar apto ao pastejo novamente.
Outra indicação é a aplicação de uréia imediatamente após a roçada, pois a absorção de N é feita pela raiz e é fundamental para reconstrução de tecido foliar.
Portanto, a roçada deve sim ser utilizada, principalmente nas culturas perenes, como Tifton 85, mas tendo claro que para que ela dê o resultado esperado, manejo de entrada nos piquetes e nutrição das plantas são fundamentais.
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