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08h27

MERCADO DO TRIGO

Comentários referentes ao período entre 15/02/2013 a 21/02/2013.

As cotações do trigo, em Chicago, tiveram um comportamento baixista na semana, fechando a quinta-feira (21/02) em US$ 7,21/bushel, após US$ 7,32 uma semana antes e US$ 7,42 no dia 15/02.

As vendas líquidas estadunidenses de trigo, para o ano comercial 2012/13, iniciado em 1º de junho, ficaram em 651.700 toneladas na semana encerrada em 07/02, confirmando que as exportações dos EUA estão avançando bem. Por sua vez, as inspeções de exportação, na semana encerrada em 14/02, atingiram a 825.545 toneladas, contra 611.614 toneladas em igual período do ano anterior. No acumulado do ano comercial, as inspeções somam 17,8 milhões de toneladas, contra 19,5 milhões em igual período do ano anterior.
Por outro lado, a União Europeia poderá colher 131,7 milhões de toneladas em sua safra 2012/13. Com isso, suas exportações poderão se elevar para 18,5 milhões de toneladas, superando em dois milhões o volume do ano anterior. (cf. USDA)

Já no Mercosul, os preços continuaram recuando. No Up River argentino, o valor FOB da tonelada ficou em US$ 355,00 na compra, com recuo de 1,4% no mês. Em Bahia Blanca, mesmo com oferta limitada, o produto ficou a US$ 360,00/tonelada. No Uruguai, a tonelada ficou cotada a US$ 350,00, enquanto no Paraguai a mesma recuou para US$ 315,00 na compra e US$ 325,00 na venda FOB. Já o trigo para exportação brasileiro esteve em US$ 320,00/tonelada FOB. (cf. Safras & Mercado)

Quanto ao mercado interno brasileiro, os preços estabilizaram e continuaram apontando para um recuo. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 32,04/saco, enquanto os lotes recuaram para R$ 685,00/tonelada. No Paraná, os lotes variaram entre R$ 775,00 e R$ 782,50/tonelada. O mercado se apresenta bastante lento no momento já que parte da indústria moageira nacional tem estoques. Além disso, o mercado espera que o governo comece a realizar leilões de trigo de seus estoques ainda em março, fato que pressionará para baixo os preços locais.

Afora isso, analistas privados sugerem que deva haver uma convergência de preços internos e externos, com os primeiros recuando naturalmente. O Brasil terá que importar mais trigo neste ano e a eliminação dos 10% da TEC a partir de abril garantirá uma importação ainda mais barata. Sem falar no fato de que o câmbio se mantém ao redor de R$ 1,96 por dólar, favorecendo a compras mais baratas no exterior em relação às expectativas que se tinha em dezembro passado. (cf. Safras & Mercado) Soma-se a isso o acordo comercial que vem sendo fechado com a Rússia, o qual possibilitará a importação de trigo daquele país em troca da venda de farelo de soja brasileiro.

Como contraponto tem-se que os produtores nacionais possuem pouco trigo da última safra, pois muitos comercializaram antecipadamente seu produto, diante dos bons preços existentes.

Enfim, o governo estaria sinalizando em apoiar a safra de trigo deste ano 2013, inclusive com aumento do preço mínimo, após tê-lo reduzido na safra anterior. Um pacote entre R$ 450 e R$ 480 milhões para crédito à comercialização do cereal estaria na agenda, embora o setor tritícola nacional demande R$ 501 milhões para tal finalidade. Para o seguro agrícola estaria sendo pensado um volume entre R$ 80 e R$ 90 milhões. Pela importância do trigo no sul do país e pelas necessidades brasileiras em relação ao produto, tais montantes nos parecem insuficientes. A “sorte” do governo é que os produtores rurais não possuem alternativas convenientes para semearem no inverno, o que os leva a insistirem com o trigo. Pelo sim ou pelo não, o fato é que nesta próxima safra os preços médios deverão ser menores ao produtor, a julgar pelo cenário que se desenha no momento.
O cálculo da paridade de importação confirma claramente esta tendência ao indicar que o trigo argentino, considerando as despesas de frete, taxas e câmbio, é posto hoje em São Paulo a R$ 820,00/tonelada. Ora, para chegar ao mesmo patamar do produto importado, o trigo do norte do Paraná deveria ser vendido por até R$ 711,00 (9,1% a menos do que o valor médio atualmente praticado nos lotes daquela região). Essa situação já vinha sendo aqui destacada desde o início do mês.

Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.

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