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13h21

BRASIL ELEVOU EM 21% ÁREA COM TRANSGÊNICOS

"O Brasil teve um crescimento recorde impressionante de 6,3 milhões de hectares", informa Clive James, do ISAA.

Mais da metade da área mundial com culturas geneticamente modificadas esteve em 2012, pela primeira vez, nos países em desenvolvimento e não nos desenvolvidos. A informação é do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA, na sigla em inglês).

As culturas transgênicas continuam avançando sobre as terras cultiváveis do mundo, segundo afirma a principal pesquisa anual sobre biotecnologia vegetal. A área plantada com transgênicos cresceu 6% no ano passado, para 170,3 milhões de hectares.

"Pelo quarto ano consecutivo, o Brasil foi o motor do crescimento mundial, aumentando sua área de culturas biotecnológicas mais do que qualquer outro país - um crescimento recorde impressionante de 6,3 milhões de hectares, 21% a mais que em 2011", disse Clive James, fundador e presidente do conselho de administração do ISAA.

O total de 36,6 milhões de hectares em culturas transgênicas do Brasil - soja, milho e algodão - representa mais da metade da área plantada nos EUA, o país que mais tem culturas biotecnológicas. A Argentina está confortavelmente na terceira posição no ranking global dos transgênicos, com 23,9 milhões de hectares, à frente do Canadá, com 11,6 milhões de hectares plantados.

No outro extremo, Sudão e Cuba plantaram culturas transgênicas pela primeira vez em 2012. Com seu algodão biotecnológico, o Sudão tornou-se o quarto país da África a usar os transgênicos, depois da África do Sul, Burkina Faso e do Egito.

Enquanto isso, na Europa, as culturas transgênicas ainda estão presas no atoleiro político e jurídico. A Espanha é o único país da União Europeia a plantar culturas transgênicas em escala significativa, segundo mostra a pesquisa do ISAA, com 116 mil hectares de milho transgênico cultivados no ano passado.

A maioria das variedades transgênicas é elaborada para tolerar herbicidas, o que permite aos agricultores eliminar ervas daninhas com sprays químicos sem prejudicar as culturas, ou que elas resistam a pestes. Um número crescente possui "características combinadas", que protegem as culturas das duas maneiras ao mesmo tempo.

De acordo com James, a tolerância à seca será a nova característica biotecnológica mais significativa a ser introduzida no futuro próximo, "porque as secas são, de longe, o maior obstáculo individual ao aumento da produtividade pela biotecnologia para culturas do mundo todo". A Monsanto vai lançar o primeiro milho transgênico com tolerância à seca nos EUA este ano.

Monsanto e Basf doaram a mesma tecnologia para parcerias público-privadas que se esforçam para desenvolver milho com tolerância à seca adaptado para as condições africanas, onde a necessidade de resistência à falta de água é maior, diz James. Este pode estar disponível em 2017.

James é um defensor fervoroso da capacidade da biotecnologia de ajudar a melhorar a produtividade agrícola em áreas rurais pobres, sem provocar mais danos ao ambiente. "As culturas biotecnológicas são importantes mas não são uma panaceia e a adesão às boas práticas agrícolas como os rodízios e a gestão de resistência é um imperativo tanto paras as culturas transgênicas como para as convencionais", afirma.

Por Clive Cookson | Financial Times, de Boston

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