Se o mercado nacional de trigo anda quieto e sem muita atividade com a recente queda no câmbio e o ritmo mais lento dos moinhos nas compras de trigo nacional desde meados de janeiro, encontramos duas notícias internacionais hoje se referindo ao mercado brasileiro de trigo tanto na importação quanto na exportação.
A primeira, foi levantado por analistas internacionais como um dos argumentos de alta no fechamento da Bolsa de Chicago na sexta-feira, que seria a especulação de uma compra de trigo hard de inverno americano por parte de traders brasileiros. O volume reportado por agências internacionais seria de 100 mil toneladas. No último levantamento semanal de exportações americanas de trigo (divulgado 14/02 e referente a 07/02) não constavam exportação de trigo americano no intervalo de um mês (07/01 a 07/02) com o acumulado de vendas no ano-safra americano ao Brasil em apenas 89 mil toneladas (de trigo brando de inverno).
A segunda se referia à situação do mercado russo, com estoques baixos e sob intervenção semanal do governo na venda de estoques públicos e ainda assim com curva de preços internos de trigo na ascendente. Cogita-se há pelo menos dois meses que o país irá retirar uma tarifa de importação de 5% para o trigo de fora de seus parceiros do Mar Negro. Isso criaria uma demanda certa ao trigo americano soft e o trigo francês para moagem, sendo citado também o incremento de competitividade para o feed wheat brasileiro caso a alíquota seja mesmo baixada pelo governo local.
Imagina-se que a mescla do feed wheat brasileiro e o soft americano daria uma mescla de qualidade aceitável aos consumidores russos e com baixo custo aos importadores locais. Vale lembrar os relatos de que na safra atual o problema do trigo gaúcho foi muito mais peso por hectolitro do que proteína, algo que o torna atrativo neste momento para a demanda russa.
Fonte: Notícias Agrícolas