As cotações futuras da soja encerraram o pregão desta sexta-feira (15) com leves ganhos na Bolsa de Chicago. A oleaginosa sustentou a recuperação iniciada na sessão de hoje, após operar grande parte da semana do lado negativo da tabela.
Segundo o analista de mercado da Futures International, Pedro Dejneka, o mercado está mais cauteloso e aguarda o feriado nos Estados Unidos nesta segunda-feira (18) - Dia do Presidente, comemorado na terceira semana do mês de fevereiro – para ter uma leitura melhor dos mapas climáticos na América do Sul.
O mercado internacional de grãos ainda observa o clima no hemisfério sul uma vez que existem problemas pontuais no Sul do Brasil e na Argentina. Além disso, a expectativa do mercado é que depois do feriado de Ano Novo na China, o país volte a comprar soja norte-americana. “Sempre que tem um final de semana prolongado o mercado fica cauteloso, e o mercado vinha de uma queda, uma situação em que os fundos já tinham lucrado bastante com as vendas. O mercado acredita que as margens de esmagamento de soja na China voltem positivas depois do feriado”, ratifica o analista.
Entretanto, o analista sinaliza, a China comprou volumes expressivos de soja em janeiro prevendo os problemas logísticos no Brasil, que podem atrasar a entrada efetiva da safra no mercado. E que os cancelamentos de vendas da soja norte-americana podem acontecer novamente.
Em tempos de estoques da soja norte-americanos ajustados, os preços em Chicago não apresentam recuos expressivos já que poderia incentivar tanto a demanda interna como a externa, conforme relata o analista.
Por outro lado, há fatores que trouxeram volatilidade ao mercado de commodities agrícolas durante essa semana. “Como as exportações semanais norte-americanas e a Nopa (Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais dos EUA) informou que o esmagamento de soja nos Estados Unidos totalizou 4,31 milhões de toneladas em janeiro/13 que vieram abaixo do esperado pelo mercado”, diz Dejneka.
Da mesma forma o cancelamento de uma venda, feita por exportadores privados, de 250 mil toneladas de soja em grão para destinos não conhecidos anunciadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta sexta-feira (15) também contribui para a oscilação nas cotações em Chicago.
Diante desse cenário, o analista afirma o mercado vai observar a ineficiente logística brasileira, e que os reais números da produção sul-americana sejam confirmados. “A soja pode se aproximar de US$ 15 dólares, ou a China comprando soja norte-americana acima de US$ 14,50 podemos ter possibilidades de vender. O mercado também pode operar abaixo disso, se o clima continuar benéfico no hemisfério sul, e a demanda por soja pode ser transferida para a América do Sul. O mercado vai obedecer ao gráfico, que no momento é fraco”, acredita Dejneka.
Fonte: Notícias Agrícolas