Comentários referentes ao período entre 08/02/2013 a 14/02/2013.
As cotações do trigo em Chicago igualmente cederam na semana, fechando esta quinta-feira (14) em US$ 7,32/bushel, após US$ 7,56 uma semana antes.
O relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 08/02, poucas novidades trouxe para o cereal. A destacar que os estoques finais nos EUA, para 2012/13, foram rebaixados em 3,5% sobre janeiro, ficando agora em 18,8 milhões de toneladas. O patamar de preços médios a serem obtidos pelos produtores daquele país, nesse ano que se escoa, ficou entre US$ 7,70 e US$ 8,10/bushel, ou seja, acima do que o mercado vem praticando nestas últimas semanas. Quanto ao mercado mundial, a oferta global foi reduzida para 653,6 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais mundiais permaneceram em 176,7 milhões de toneladas. A colheita brasileira foi reduzida para 4,3 milhões de toneladas e a argentina se manteve em 11 milhões.
No Mercosul, os preços do cereal acabaram também recuando, com o UP River se estabelecendo em US$ 355,00/tonelada FOB na compra e US$ 360,00 na venda. A queda foi de 5,3% em um mês. Em Bahia Blanca o preço ficou em US$ 360,00/tonelada. Já no Uruguai, também para a compra, ficou em US$ 350,00/tonelada, enquanto no Paraguai o produto recuou para US$ 315,00 na compra e US$ 325,00 na venda. Já o trigo brasileiro para exportação ficou indicado a US$ 320,00/tonelada FOB. (cf. Safras & Mercado)
No mercado interno brasileiro, a semana esteve praticamente parada devido ao Carnaval. Igualmente os negócios são poucos, e isso desde o início do ano, pois há pouco produto de qualidade disponível no mercado nacional e os preços subiram bastante, inibindo os compradores. Além disso, o anúncio de que a TEC para a importação de trigo de outras regiões fora do Mercosul, ao torná-lo mais barato, freou o mercado, mesmo que a medida passe a valer somente a partir de 1º de abril. Isso começa a forçar os preços nacionais para baixo. Tanto é verdade que o preço médio, no balcão gaúcho, estacionou em R$ 32,54/saco nesta semana, enquanto os lotes permaneceram em R$ 690,00/tonelada. Já no Paraná, os lotes recuaram para valores entre R$ 775,00 e R$ 782,50/tonelada.
Essa tendência podia ser esperada na medida em que a paridade de importação, indicada no comentário passado, mostrava que o produto paranaense estava com valores bem superiores. Nesta semana, a paridade, diante de um câmbio a R$ 1,96 e o recuo no preço do trigo argentino, trouxe o produto do vizinho país, posto nos moinhos paulistas, a R$ 820,00/tonelada. Assim, o trigo do norte do Paraná, para chegar ao mesmo local, poderia ser vendido a R$ 710,00/tonelada. Ou seja, bem abaixo do que a média registrada na semana naquela região paranaense.
Enfim, a CONAB voltou a revisar para baixo a última safra nacional, chegando agora aos volumes que já tínhamos projetado ainda em novembro passado. Assim, a produção total brasileira teria ficado em 4,3 milhões de toneladas (mesmo volume indicado no relatório do USDA), ou seja, 25,7% abaixo do colhido na safra anterior. A produtividade média do país caiu 15,1%, ficando em 2.269 quilos/hectare. O Paraná colheu 2,1 milhões de toneladas, enquanto o Rio Grande do Sul registrou apenas 1,8 milhão de toneladas. No primeiro caso, considerando a redução da área semeada, já que não houve problemas climáticos graves, a redução da produção ficou em 15,5% em relação ao ano anterior, enquanto no segundo caso, mesmo com aumento da área semeada, a redução de produção foi de 33,8% devido, mais uma vez, a fatores climáticos.
Abaixo segue o gráfico da variação de preços do trigo no período entre 18/01 a 14/02/2013.