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13h08

MERCADO DA SOJA

Comentários referentes ao período entre 14/12/2012 a 07/02/2013.

Nesses quase dois meses em que nosso comentário ficou ausente, notamos duas claras tendências nos preços da soja:

1) no mercado mundial as cotações da oleaginosa em Chicago se mantiveram firmes, após ensaiarem um recuo em meados de janeiro (motivado pela revisão para cima da safra dos EUA – já colhida - e no mundo, agora calculadas em 82 milhões e 269 milhões de toneladas respectivamente). O relatório de fevereiro está previsto para este dia 08/02. Assim, o fechamento desta quinta-feira (07/02/13) ficou em US$ 14,86/bushel, após US$ 14,76 no fechamento do dia 13/12/12, quando de nosso último comentário, US$ 14,55 na média de dezembro/12, e US$ 14,31 na média de janeiro/13. Pesa para este comportamento a continuidade da forte especulação financeira na bolsa, associada a preocupações pela falta de chuvas, a partir do dia 10 de janeiro passado, nas regiões produtoras da América do Sul, particularmente na Argentina;

2) no mercado interno, com a projeção de safra cheia e o início da colheita em parte do país, tivemos um forte recuo nos preços do saco de soja aos produtores, mesmo com ameaças de quebra de safra no Rio Grande do Sul devido à redução das chuvas a partir de meados de janeiro. Assim, o balcão gaúcho, nesses últimos dois meses recuou para R$ 57,68/saco na média desta primeira semana de fevereiro, contra R$ 67,29/saco em 13/12/2012, quando de nosso comentário anterior. Isso representa uma perda de 14,3% em quase 60 dias, ou seja, praticamente R$ 10,00/saco a menos. Nota-se, pela tabela acima, que as perdas nos lotes foram ainda mais expressivas nas diferentes regiões do país, chegando mesmo a superar 23% e 24% respectivamente no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Esse comportamento está dentro do normal para o mercado interno, havendo forte tendência de os preços recuarem ainda mais quando a colheita chegar de forma significativa. Isso, claro, se o clima não provocar perdas acima do que já se calcula (ao redor de 15% no Rio Grande do Sul) e/ou se o excesso de chuvas que se registra no Centro-Oeste atrapalhar muito a colheita e a qualidade do grão. Já no mercado externo, as cotações estão mais elevadas do que o esperado para essa época do ano, em considerando a revisão para cima da safra dos EUA e ainda a tendência de safra muito boa na América do Sul. Todavia, a falta de chuvas, em especial nas regiões produtoras da Argentina e do Rio Grande do Sul, passou a preocupar o mercado a partir de meados de janeiro, e com razão. Mas não está descartado, quando do forte da colheita sul-americana, e no momento em que a demanda mundial se direcionar para esse mercado, que as cotações em Chicago cedam para níveis entre US$ 12,50 e US$ 13,50/bushel.

Pelo sim ou pelo não, o fato é que, baseados nos dados existentes nesse início de fevereiro/2013, a projeção de preço, para o balcão gaúcho, em abril próximo, fica hoje entre R$ 52,00 e R$ 53,00/saco. O fator novo que ocorreu no cenário deste mercado foi a revalorização do Real a partir de janeiro, com o mesmo batendo em R$ 1,98 por dólar nestas últimas semanas, após ter alcançado até R$ 2,10 em dezembro passado. Nessas condições cambiais, e se Chicago ceder pela pressão da colheita sul-americana nas próximas semanas, é possível que o preço de balcão gaúcho venha ao redor de R$ 48,00/saco e, talvez, um pouco menos. Muito irá depender igualmente das margens de desconto que as empresas compradoras no país estarão praticando. Em safra normal a cheia, tais margens devem ser bem mais elevadas do que as praticadas na frustrada safra passada, fato que reduz o preço final pago ao produtor. Mesmo assim, se a produtividade for pelo menos normal, os preços ainda serão muito bons para proporcionar uma recuperação na renda bruta do produtor nacional em geral e gaúcho em particular, embora os prejuízos da última seca não se apaguem tão cedo.

Dito isso, os embarques semanais de soja pelos EUA, na semana encerrada em 31/01, chegaram a 1,47 milhão de toneladas, acumulando desde setembro/12 (início do ano comercial) um total de 27,3 milhões de toneladas, contra 20,6 milhões em igual período do ano anterior.

Por sua vez, analistas privados nos EUA (Informa Economics) mantêm a projeção de 84 milhões de toneladas para o Brasil, porém, cortaram quase 4 milhões das projeções de safra para a Argentina, com a mesma ficando agora em 54,5 milhões de toneladas. Para Safras & Mercado, a área semeada na América do Sul seria de 52,02 milhões de hectares, fato que poderá gerar uma produção de 150,4 milhões de toneladas, confirmando as tendências indicadas ainda em dezembro. Para o Brasil, a área teria ficado em 27,5 milhões de hectares e a produção seria de 84,7 milhões de toneladas; Argentina, área de 19,2 milhões de hectares e produção ainda menor, de 52,5 milhões de toneladas; Paraguai, área de 3,2 milhões de hectares e produção de 8,64 milhões de toneladas; Bolívia, área de 1,13 milhão de hectares e produção de 2,68 milhões de toneladas; e Uruguai com área de 950.000 hectares e produção de 1,9 milhão de toneladas.

Os prêmios nos portos brasileiros, para março, ficaram entre 15 e 26 centavos de dólar por bushel, enquanto no Golfo do México (EUA) os mesmos registraram valores entre 67 e 70 centavos. Na Argentina (Rosário), para maio, a semana terminou com prêmios entre 15 e 30 centavos de dólar por bushel.

No mercado brasileiro, além do comportamento dos preços, naturalmente em baixa, como já comentado acima, tem-se a preocupação com a falta de chuvas no Rio Grande do Sul e o excesso das mesmas no Centro-Oeste. Mas, por enquanto, como visto, as estimativas continuam apontando safra recorde no Brasil, porém, seria importante considerar a possibilidade de uma perda de 15% no Estado gaúcho devido a estiagem iniciada em meados de janeiro e que ainda não se resolveu. Isso poderia trazer a produção final gaúcha para algo entre 10,7 e 11 milhões de toneladas em relação ao inicialmente projetado (12,6 milhões de toneladas).

Enfim, segundo Safras & Mercado, até o dia 1º de fevereiro, a colheita da nova safra de soja no Brasil atingia a 9% no Paraná, 14% no Mato Grosso, 8% no Mato Grosso do Sul, 3% em Goiás e 1% em Minas Gerais. No conjunto do país, a mesma atingia a 6%, contra 3% na média histórica.

Fonte: CEEMA- Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.

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