Comentários referentes ao período entre 14/12/2012 a 07/02/2013.
O mercado internacional do milho, base Chicago, nestes últimos dois meses acabou ficando estável, após as cotações terem recuado para US$ 6,80/bushel no início de janeiro. Assim, do fechamento de US$ 7,12/bushel no dia 13/12/12, o mercado chegou a US$ 7,10/bushel nesta quinta-feira (07/02/13), após ter atingido a US$ 7,22 na véspera. As médias de dezembro/12 e janeiro/13 ficaram respectivamente em US$ 7,18 e US$ 7,14/bushel. Em outras palavras, ao contrário da soja, os preços mundiais do milho estão mais fracos na tendência, mesmo com a quebra da safra 2012 dos EUA sendo confirmada em quase 100 milhões de toneladas em relação ao projetado (o relatório do USDA, em janeiro, a fixou em 273,8 milhões de toneladas). O mercado espera agora o relatório do USDA deste mês de fevereiro, anunciado para este dia 08/02.
Também em relação ao milho, as expectativas climáticas na América do Sul preocupam, especialmente com a seca na Argentina, já que no Brasil grande parte da safra estaria à salvo e em processo de colheita. É consenso de que o relatório do USDA, deste dia 08/02 virá com sensível corte na projeção de produção argentina. Isso poderá pressionar para cima Chicago na próxima semana, embora tal notícia já esteja bem assimilada pelo mercado.
Dito isso, as vendas líquidas de milho, para 2012/13 chegaram a 186.800 toneladas na semana encerrada em 24/01, enquanto para o ano 2013/14 o volume ficou em 66.500 toneladas.
Na Argentina e no Paraguai, pela tabela colocada no início deste boletim, nota-se que os preços da tonelada FOB recuaram um pouco nestes últimos dois meses, fechando a primeira semana de fevereiro em US$ 287,00 e US$ 155,00 respectivamente. O recuo foi mais intenso no Paraguai, onde a colheita já se desenvolve.
No mercado brasileiro, igualmente diante do avanço da colheita de verão, os preços médios recuaram, como a referida tabela indica. A média gaúcha no balcão se mantém ao redor de R$ 28,00/saco, enquanto os lotes vieram para R$ 31,00/saco no norte do Estado. Nas demais praças nacionais, a primeira semana de fevereiro fechou com preços entre R$ 18,50/saco em Sorriso e municípios vizinhos, e R$ 31,00/saco em Videira (SC). Em termos médios, nos últimos dois meses, os lotes no sul do país chegaram a perder entre 10% a 13% do seu preço. No restante do país as perdas foram menores, mostrando que a forte exportação do ano comercial passado, encerrado em 31/01/13, e que teria alcançado 22,8 milhões de toneladas, não permitiu que os preços recuassem muito, mesmo em plena colheita. Afinal, a performance exportadora teria trazido os estoques finais para apenas 1,53 milhão de toneladas em 2012.
A questão agora passa a ser o novo ano comercial (fev/13-jan/14), já que a produção geral tende a ser muito semelhante a do ano anterior, porém, as exportações podem não acompanhar o ritmo. Segundo Safras & Mercado, para este novo ano comercial espera-se uma produção total de 70,7 milhões de toneladas (72,7 milhões no ano anterior), diante de um consumo total de 64 milhões. Desse consumo total, 51,5 milhões seriam no mercado interno, divididos em 1,1 milhão de toneladas em consumo humano, 6,2 milhões em consumo industrial, 43,5 milhões em consumo animal, 680.000 toneladas em sementes e perdas, e ainda 12,5 milhões em exportações. Dessa forma, os estoques finais nesse novo ano que acaba de iniciar chegariam a 8,9 milhões de toneladas, ou seja, 5,8 vezes maior do que o registrado no ano que passou. Nesse contexto, a pressão baixista sobre os preços internos deverá se consolidar, especialmente a partir de meados do ano. Soma-se a isso a possível recuperação da produção dos EUA, a qual forçará Chicago a um recuo mais acentuado. A mesma, sem problemas climáticos, deverá registrar cerca de 100 milhões de toneladas a mais, podendo ultrapassar a 370 milhões de toneladas a partir de setembro próximo.
Obviamente, por enquanto são apenas tendências com base nas informações existentes. Mesmo porque, pelo lado da exportação brasileira de milho o mês de fevereiro (primeiro do atual ano comercial 2013/14) já registra 2,2 milhões de toneladas para embarques na programação de navios. Ou seja, um ritmo muito forte!
Enfim, a importação de milho, no CIF indústrias brasileiras, fechou a semana com preços de R$ 46,80/saco para o produto dos EUA e R$ 41,39/saco para o produto da Argentina. Ambos relativos ao mês de fevereiro. Já o produto argentino, para março, ficou em R$ 40,54/saco. Enquanto isso, na exportação, o transferido via Paranaguá, acusou preço de R$ 32,38/saco para fevereiro; R$ 32,40 para março, R$ 32,06 para abril, R$ 31,27 para maio, R$ 29,89 para junho, R$ 30,03 para julho, R$ 29,01 para agosto e R$ 29,20/saco para setembro.
Fonte: CEEMA- Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.