A soja fechou os negócios desta quarta-feira (23) com expressiva queda na Bolsa de Chicago.
As principais posições negociados no mercado internacional terminaram o dia perdendo mais de 15 pontos. A commodity, entretanto, chegou a operar em campo positivo, porém, as leves altas não foram sustentadas. O movimento de baixa do mercado nesta sessão, que foi de bastante volatilidade, se deu depois dos ganhos significativos registrados nesta terça-feira (22), quando a soja fechou o dia com mais de 20 pontos de alta, caracterizando, portanto, um movimento de realização de lucros.
De acordo com analistas, essa correção dos preços é um comportamento natural do mercado. Entretanto, apesar dessa baixa, o mercado internacional da soja se mantém sustentado no curto prazo diante da adversidade climática na América do Sul - principalmente Sul do Brasil e Argentina - e dos fundamentos positivos de oferta e demanda.
Frente a essas expectativas, o mercado caminha de lado, subindo em alguns dias e realizando lucros em outros, à espera de informações mais concretas sobre o impacto real desse clima desfavorável na safra sul-americana.
Segundo Fernando Muraro, analista da AgRural, o mercado em Chicago adiciona prêmios climáticos aos contratos como uma tentativa de antecipar os riscos da produção. “A situação de mais de 15 dias sem chuvas no RS preocupa, e a previsão é que as precipitações retornem depois do mês de fevereiro. O mesmo acontece na Argentina que há 20 dias não tem chuvas com volumes suficientes. O mercado está ansioso, mas deve continuar firme até o final do mês”, explica Muraro.
Outro fator climático que exerce pressão positiva sobre os preços da soja em Chicago são as chuvas excessivas que comprometem o andamento da colheita no Mato Grosso, maior estado brasileiro produtor de soja. A área colhida no estado se aproxima de 3% enquanto neste mesmo período no ano passado o índice estava entre 7 e 10%.
Apesar de toda essa especulação sobre o impacto climático na produção, as estimativas ainda são de uma safra cheia para o Brasil e a Argentina. De fato, segundo analistas, a colheita será menor do que as estimativas iniciais, mas ainda assim serão um ciclo bastante produtivo. Em algumas regiões produtoras do Brasil já são contabilizadas perdas de produtividade, porém, essa redução do potencial tem se dado em lavouras bastante precoces que, naturalmente, rendem menos do que as lavouras de ciclo longo. Portanto, como explicou Flávio França, analista de mercado da Safras & Mercado, esses números iniciais ainda não suficientes para indicar perdas significativas na produção brasileira.
Fonte: Notícias Agrícolas