Os agricultores estão vendendo apenas o necessário para pagar as contas que estão vencendo, referentes principalmente a colheita e transporte.
Os agricultores da região concluíram a colheita de soja na última semana, mas estão segurando a comercialização do produto, de acordo com a Cotrijuí. As vendas atualmente representam 30% da safra, quando a média histórica de comercialização nesse período é de 50%. A queda na venda, de acordo com o coordenador de negócios da cooperativa Romeu Orsolin, se dá em razão ao baixo preço do produto, que mosram-se abaixo dos custos de produção. Orsolin explica que o custo de uma saca está calculado em R$ 25,00 quando a sua cotação fechou ontem em R$ 22,20. A baixa cotação se deve a valorização do Real frente ao Dólar.
As vendas que estão sendo feitas ocorrem em razão de vencimentos que os produtores precisam quitar, principalmente refrentes a colheita e o transporte de grãos. "O produtor é obrigado a fazer a comercialização para que possa manter a pontualidade em seus pagamentos", afirma Orsolin. Os produtores estão aguardando uma reação no preço, que poderia vir com a recuperação do Dólar ou com uma frustração de safra nos Estados Unidos. A oscilação do dólar provocou uma pequena reação na saca de soja na última semana quando ela atingiu R$ 23,00, mas retornou a faixa dos R$ 22,00 com a nova retração da moeda norteamericana.
Com relação a colheita, o departamento técnico da Cotrijuí fechou a safra com uma média de produção próxima as 30 sacas por hectare. "É uma média de certa forma razoável, mas sabemos que a variação na área de abrangência da COTRIJUI foi bastante significativa em termos de rendimento ", afirma o engenheiro agrôniomo Benhur Vione, destacando que em algumas propriedades onde não ocorreram estiagens a produção alcançou até 55 sacas/has. O rendimento final, é superior aos resultados obtidos nos últimos dois anos, no entanto a rentabilidade da cultura esta comprometida.
Além da estiagem, a diminuição do nível de tecnologia e o manejo histórico das glebas, como rotação de culturas e cobertura do solo propiciaram diferenciais na produtividade. A Ferrugem asiática também comprometeu o rendimento de algumas lavouras onde não ocorreu um manejo adequado da doença, segundo Vione.