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07h18

METEOROLOGISTAS PREVEEM NOVA SECA PARA OS EUA EM 2013

A seca que provocou uma severa quebra nas safras de soja e milho dos Estados Unidos em 2012 poderá persistir em 2013, segundo informações de institutos internacionais de meteorologia. A estiagem e seus prejuízos levaram os preços dos grãos a registrarem recordes no mercado internacional e a persistência de tais condições climáticas podem ameaçar a recuperação da produção deste ano. Atualmente, os Estados Unidos são o maior produtor mundial de milho e o segundo maior de soja.

"A menos que haja uma inesperada mudança nas condições climáticas para dias muito úmidos, a seca será, com certeza, uma característica marcante da temporada de plantio, pelo menos na primavera. Na década de 30, houve um período de quatro ou cinco anos em que a seca era algo constante", disse Bryce Anderson, agrometeorologista do instituto DTN.

A estiagem do ano passado, a pior desde 1930, fez com que a soja e o milho alcançassem os maiores valores de todos os tempos, elevando expressivamente os custos com alimentação e incentivando os produtores sulamericanos a aumentarem sua produção.

A produção norte-americana de milho caiu para 272,4 milhões de toneladas na temporada 2012/13, sendo a menor desde o ciclo 2006/2007, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Já a colheita de soja foi 4% menor, chegando a 80,9 milhões de toneladas. Os estoques mundiais de milho foram reduzidos para 117,6 milhões de toneladas.

No último dia 11 de dezembro, o banco Goldman Sachs divulgou uma nota informando que há um grande risco de que a colheita norte-americana em 2013 possa ser, novamente, menor do que o esperado. De acordo com o Monitor da Seca, mecanismo do governo dos EUA, em 1º de janeiro, partes de Iowa, estado em que se produz quase o dobro de uma produção toda de milho da Argentina ou a produção total de soja da China, ainda sofriam com condições de seca extrema.

Para o meteorologista senior da British Weather Services, até o momento não há nada em termos de mudanças climáticas que indiquem que a seca nos EUA terá curta duração.

Umidade do Solo - O índice da seca que mede as chuvas e as temperaturas como forma de se medir a extensão das condições da estiagem, conhecido como índice de Palmer, caiu para -4 em julho. Segundo Bryce Anderson, o histórico mostra que nos anos em que o indicador atingiu esse nível, a umidade do solo levou, em média, cerca de 18 a 51 meses para se recuperar.

Em Iowa, o maior estado produtor de soja e milho do país, 85% da umidade da parte superior do solo foram classificadas como baixa ou muito baixas, segundo Anderson. O agrometeorolgista monitora as condições de desenvolvimento e crescimento utilizando imagens de satélite. Em 5 de janeiro, algumas partes do Meio-Oeste americano, a maior região produtora de soja e milho do país, e muitas áreas da região das planícies ainda registravam o índice de Palmer em -4, o que indica situação de seca extrema.

Ano mais quente - 2012 foi o ano mais quente dos Estados Unidos, segundo registros, desde 1895 para os 48 estados em que 62% do território foram castigados pela severa estiagem. Segundo climatologistas do governo do país disseram em dezembro, essas condições poderão continuar a ser vistas. As informações são do NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos).

Trigo - A estiagem pode comprometer também o trigo de inverno no país. Segundo informações do USDA, a safra está registrando as piores condições desde 1985. Segundo Abdolreza Abbassian, ecnonomista da FAO - braço da ONU para alimentação e agricultura - os investidores podem não estar se dando conta dos problemas com o abastecimento mundial de trigo. os estoques globais do grão podem chegar ao menor nível em quatro anos.

Preços - Ainda de acordo com a nota divulgada pelo Goldman Sachs, os preços do milho em Chicago devem se recuperar e alcançar, em seis meses, o patamar dos US$ 8,25 por bushel. A soja, por sua vez, deverá alcançar os US$ 15,50. Já uma pesquisa da Bloomberg indicou que a média de preços projetada para 2013 é de US$ 16,35 para a soja e também US$ 8,25 para o milho.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes – Foto Scott Olson – Getty Images - AFP

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