Os produtores de sementes esperam um ano favorável para o setor. A expectativa é de um crescimento de 10% sobre o faturamento estimado para 2012, de R$ 9 bilhões. A previsão contempla a venda de sementes de diversos tipos de plantas e flores por mais de 700 empresas multiplicadoras, além das gigantes do setor como Monsanto, DuPont e Syngenta.
Para o presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), Narciso Barison Neto, o aumento da área de grãos e a renda elevada devem garantir mais investimentos na tecnologia. "Os produtores de grãos estão capitalizados. Sempre que isso ocorre, eles procuram sementes de melhor qualidade, com biotecnologia envolvida e qualidade de germinação vigorosa".
Para o representante, a área plantada com sementes de milho produzidas comercialmente pode fechar a safra 2012/13 com um crescimento de até 10% ante os 15 milhões de hectares da safra anterior. "Tivemos uma redução no plantio de verão, mas ela deverá ser mais do que compensada pelo plantio de inverno". O milho responde pela maior parte da receita do setor - cerca de R$ 6 bilhões. Aproximadamente 90% da área destinada ao grão no Brasil é cultivada com sementes comerciais.
No caso da soja, a Abrasem prevê que a área total deve crescer apenas 3% em 2013, mas aposta em um crescimento mais expressivo na taxa de utilização de sementes comerciais. Em 2012, cerca de 30% da área de soja foi cultivada com sementes "salvas" pelos próprios produtores rurais. Segundo Barison, o uso de sementes comerciais pode alcançar 75% em 2013, o que significaria um mercado adicional de 1 milhão de hectares para as sementeiras. A soja é o segundo cultivo mais importante para as produtoras de sementes, com receita estimada em pouco menos de R$ 3 bilhões.
As perspectivas de longo prazo para a soja, diz Barison, são otimistas, com a chegada de variedades tolerantes à seca e com ômega 3 na composição. "Até 2020, essas variedades estarão no mercado", garante.
Fonte: Valor - Por Fernanda Pressinott