Segundo o Engº Agrº da COTRIJUI, Osmar Lohmann, o atual momento para as lavouras de verão é muito animador, em termos de condições climáticas, bem diferentes ao ano anterior. A cultura da soja apresenta-se com desenvolvimento vegetativo muito bom, com pequenas exceções de algumas lavouras com problemas em relação às plantas, conforme a época e ocorrência de chuvas no momento de plantio.
Diferentemente da safra passada, a ocorrência de trips e ácaros é baixa em virtude da boa condição climática, mas precisamos estar atentos ao manejo de todo o complexo de pragas e doenças da cultura da soja, principalmente a ferrugem. De modo geral, até o presente momento tivemos a presença de lagartas, as quais já requerer o uso de inseticidas.
Mas antes de qualquer coisa, é importante entender que vivemos num mundo em que tudo está em constante processo de mudança e evolução. A agricultura não tem fugido a essa regra, sendo perceptível em vários componentes como máquinas, equipamentos agrícolas e principalmente no manejo das lavouras, o qual tem apresentado mudanças notáveis desde a implantação do plantio direto, como as pragas e as doenças.
Em termos de pragas, percebemos mudanças com as lagartas, como o aumento da falsa medideira, e já se observa a presença de lagartas das maças. Também tivemos o aumento de percevejos, principalmente o barriga verde, a presença de ácaros, e não imaginávamos um ataque tão severo de TRIPS nos últimos anos, enfim, são tantas mudanças que vem ocorrendo.
Se falarmos de doenças, as mudanças ficam muito mais claras, pois há pouco mais de uma década nem se usava fungicida, depois conhecemos o oídio e mais recentemente a ferrugem. Agora já se tem problemas como mofo branco, mancha alvo e mancha olho de rã, claro que em algumas localidades mais e outras menos, conforme as condições de cada região.
Contudo isso é extremamente importante observarmos as grandes evoluções das cultivares de soja, principalmente as mais precoces, pois grande parte delas tem índice de área folhar baixa e menos tempo de enchimento, mas com produção bem mais intensiva que as demais. De maneira geral, as novas cultivares têm mais vagens do meio para baixo e são bem mais susceptíveis a doenças. Só para se ter uma ideia, quando iniciamos o uso de fungicida em soja o posicionamento do controle de oídio era de 30% de incidência, ou seja, o canivetinho do grão do tamanho da cabeça do alfinete, depois a recomendação passou a ser na floração plena e a agora já é no inicio da floração.
Como mencionado anteriormente, a mudança ocorrida nas cultivares de soja estão trazendo novos posicionamentos no controle de doenças, então essas cultivares mais produtivas geralmente são mais suscetíveis a essas doenças e esse fato passa a ser muito importante para que iniciemos o manejo de doenças com o posicionamento diferente nas aplicações de fungicidas, a fim de garantir a melhor proteção das plantas.
Para tanto, iniciar as aplicações em estágios mais iniciais acaba se tornando muito importante, principalmente em anos mais chuvosos como este que está ocorrendo. Nessas condições o ideal é que se inicie as aplicações mais cedo, condicionando à cultura uma proteção maior nas folhas baixeiras, que é uma porta de entrada de doenças, melhorando dessa forma as condições e as aplicações subsequentes dos outros fungicidas garantindo um melhor residual das demais aplicações e possibilitando a presença de maior numero de vagem no baixeiro, o que resultará em aumentos de produtividade.
É importante destacar que temos condições favoráveis a ocorrências de doenças, principalmente de ferrugem, devido a regularidade das chuvas que tem ocorrido com temperaturas favoráveis e grande presença de plantas guaxas nas lavouras em estágios mais avançados, condição em que a doença pode entrar e se disseminar rapidamente. Pertinente a isso temos recebido a confirmação da ocorrência de ferrugem em lavouras comerciais de Tupanciretã/RS.
Precisamos ficar atentos as doenças, principalmente ferrugem asiática. As condições climáticas são favoráveis para a ocorrência e a nossa recomendamos é de que os produtores devem ficar atentos e iniciar as aplicações preventivas imediatamente, condicionando maior proteção as plantas, principalmente aquelas lavouras que já estão iniciando o processo de floração.
INFORMATIVO COTRIJUI – 06 de janeiro de 2013