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10h18

PRODUTORES ESPERAM BONS RESULTADOS EM 2013

Expectativa para a produção de verão é de preços atrativos com a baixa interferência do clima nos resultados a campo.

Ao contrário do que ocorreu em 2012, quando os gaúchos tiveram suas lavouras de soja e milho dizimadas pela estiagem, a expectativa para o ano que começa é positiva, com poucos transtornos climáticos e mercado aquecido. No caso da soja, o bom desenvolvimento das lavouras, que se encontram em fase de crescimento vegetativo, faz com que os produtores apostem em uma produção de 11,3 milhões de toneladas para o período, contra 7 milhões de toneladas do ano anterior.

“Pode ser até maior, chegando a 12 milhões de toneladas, especialmente se tivermos confirmadas as previsões de chuvas dentro na normalidade”, apontou o coordenador da Comissão de Grãos da Farsul e diretor financeiro da entidade, Jorge Rodrigues. “A soja está com bom desenvolvimento, mas as lavouras devem se consolidar a partir do final de fevereiro”, complementa o engenheiro-agrônomo da Emater-RS Dulpe Pinheiro Machado
Para Rodrigues, esse aumento de área indica uma “nova fronteira” para a agricultura gaúcha, especialmente em direção ao Sul do Estado, em áreas tradicionais de arroz e pecuária. “Essa rotação de arroz e soja já vem ocorrendo há algum tempo e tem obtido sucesso”, constata. A produtividade estimada para a soja gaúcha é de 40 a 45 sacas por hectare.

No que diz respeito ao mercado para a oleaginosa, o professor de economia da Unijuí Argemiro Luís Brum, afirma que fatores como o câmbio e o impacto da quebra parcial da safra norte-americana em Chicago devem colaborar para a elevação dos valores da soja. “Esperamos que para março e abril os valores oscilem entre R$ 48,00 e R$ 54,00 a saca, preços mais baixos do que os do ano passado, mas que devem garantir boa rentabilidade caso se confirme safra cheia”, apontou. Brum lembra que cerca de 30% da safra já foi comercializada, com vendas antecipadas no valor de R$ 60,00 a saca.

Por outro lado, Rodrigues, da Farsul, afirma que as lavouras de milho devem ter redução de 15% em produção, em função da geada, seguida por estiagem na fase inicial do plantio, reduzindo a expectativa de colheita para 5,1 milhões de toneladas, conforme levantamento da própria entidade. Em 2012, foram colhidas cerca de 4 milhões de toneladas. Conforme dados da Emater-RS, a área cultivada teve redução de 5,55%, passando de 1,11 milhão de hectares para 1,05 milhão. Ao contrário da soja, as áreas com o cereal se encontram em estágio produtivo mais avançado, chegando a 70% de lavouras já consolidadas.

Se o cenário a campo é um pouco adverso, o mesmo não ocorre em relação aos preços. Argemiro Brum acredita que a alta demanda pelo milho, frente à redução de produção, deve manter as cotações em patamares interessantes. “É possível que alcancemos de R$ 30,00 a R$ 35,00 a saca de 60 quilos, valores que devem ter redução na época da colheita, pela pressão de oferta, devendo se recuperar logo em seguida”, destacou.

A produtividade deve ficar em torno de 80 sacas por hectare, podendo chegar a 120 sacas por hectare em propriedades mais tecnificadas. Sobre as expectativas para 2013, Jorge Rodrigues diz que o ano sinaliza com fatores que motivam os agricultores a “produzirem e venderem a preços justos”. No entanto, destaca a importância de manter a cautela, pois as oscilações de mercado podem ocorrer de uma hora para a outra. “Já se fala em aumento da comercialização de máquinas, mas é preciso ter cuidado ao assumir novos compromissos”, alertou.
Fonte: Jornal do Comércio

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