Entre as culturas de verão, a do arroz é a que ainda preocupa os produtores, em função do frio que chegou a 8 graus nesta semana, em algumas regiões produtoras. “O frio fora de época gera plantas inférteis, e podemos ter redução importante na produtividade”, salientou o vice-presidente da Federarroz, Daire Coutinho Neto, que mantém a expectativa de colheita de 7,6 milhões de toneladas. Conforme dados da Emater-RS, a área cultivada registrou queda de 2,9% em relação a 2012, ficando em torno de 1 milhão de hectares. O mesmo se espera para os índices de produtividade, os quais devem se manter em torno de 7,5 mil quilos por hectare. “A expectativa de produção é muito semelhante à do ano passado”, afirma Dulpe Pinheiro Machado.
No que diz respeito ao mercado do arroz, Argemiro Brum, da Unijuí, informa que os valores, hoje em torno de R$ 35,00 a saca, podem alcançar até R$ 40,00, com tendência de baixa para R$ 30,00 com a entrada da safra pelo ingresso de arroz do Mercosul e pela possibilidade de safra cheia no Estado. “São preços bons, se considerarmos que há cerca de um ano a saca era cotada a R$ 18,00. Mas não conseguiremos evitar a queda, a não ser que conseguíssemos exportar mais”, avaliou.
O vice-presidente da Federarroz destaca ainda a importância de que sejam suspensos os leilões realizados desde agosto pelo governo federal, fator que, segundo ele, tem colaborado para achatar os preços do cereal. “Foram mais de 260 mil toneladas vendidas de agosto até hoje. Parte desse montante de arroz de qualidade inferior, cujos preços mais baixos acabaram refletindo no mercado como um todo”. Os preços do arroz oscilam entre R$ 35,00 e R$ 36,00 a saca. Outro problema aprontado por Neto se refere à entrada de arroz do Mercosul, medida que também colabora para a redução dos preços. “É preciso criar cotas de importação para evitar que as vantagens tributárias do cereal importado achatem os valores do produto internamente”, destacou.
Fonte: Jornal do Comércio