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08h54

BOLETIM DO SUÍNO

A publicação traz preços do animal vivo e da carne, além de dados sobre exportação, carnes concorrentes e relação de troca e insumos.

O MERCADO EM NOVEMBRO

O mercado suinícola esteve em franca valorização em novembro, com os preços do animal vivo e da carcaça encerrando o mês em patamares recordes para 2012 – tal comportamento foi observado em praticamente todas as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Os aumentos estiveram atrelados à baixa oferta de animais no mercado – com os elevados custos de produção, muitos produtores venderam suínos mais leves ou matrizes quando as cotações estavam em baixa, o que restringiu a oferta de animais para abate no final do ano.

Do lado da demanda, o elevado ritmo de exportação nos últimos meses ajudou a enxugar o mercado, favorecendo a valorização da carne e do animal no mercado interno, mesmo que no mês de novembro os embarques tenham enfraquecido.

Também a demanda no mercado doméstico é tipicamente aquecida em final de ano. Em 2012, houve compras para suprir essa demanda sazonal, mas, segundo colaboradores do Cepea, muitos frigoríficos postergaram ao máximo a formação de estoques. As indústrias alegavam que o valor de compra do animal ficou bastante elevado, tendo em vista que a demanda pelo consumidor final não estava tão aquecida a ponto de absorver o forte aumento dos preços do suíno vivo, quando os mesmos eram repassados para a carne.

No dia 30 de novembro, o Indicador do Suíno Vivo CEPEA/ESALQ de Minas Gerais fechou a R$ 3,91/kg, o maior patamar, em termos nominais, de 2012. No mês, o Indicador subiu expressivos 10,5%. No estado de São Paulo, o aumento também foi de 10,5%, com o animal vivo negociado a R$ 3,59/kg no dia 30.

Assim como no Sudeste, as cotações do animal no encerramento de novembro foram as maiores do ano nos estados do Sul do Brasil. O quilo do suíno chegou a R$ 3,02 em Santa Catarina, aumento de 9% no mês. No Paraná, o Indicador fechou novembro a R$ 3,02/kg e, no Rio Grande do Sul, a R$ 2,88/kg – altas de 4,1%
e de 5,9%, respectivamente.

EXPORTAÇÕES

Após o forte ritmo de exportação de carne suína nos últimos meses, os embarques recuaram 18,1% de outubro para novembro, totalizando 44,4 mil toneladas de carne in natura. Essa quantidade, no entanto, é 24,4% superior à de novembro/11, segundo dados da Secex.

No acumulado de 2012, já foram exportadas 466,7 mil toneladas da carne brasileira, aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Se as apostas no início do ano eram de um mercado interno forte e de queda nas exportações, o que acontece, de fato, é justamente o contrário.

Ainda segundo a Secex, o preço médio da carne exportada foi de US$ 2,80/kg em novembro/12, valor 0,9% inferior ao de outubro/12 e 13,3% abaixo do de novembro/11. Em moeda nacional, no entanto, o preço médio de R$ 5,80 em novembro/12 foi 1,1% superior ao de outubro/12 e semelhante ao de novembro/11. Tal comportamento deve ter estimulado tanto as indústrias exportadoras nacionais a vender ao mercado internacional, quanto tornado a carne brasileira mais competitiva.

Outro ponto importante a destacar é que os custos para a produção de suínos estão mais elevados também
em outros países, devido ao aumento nos preços de milho e do farelo de soja. Tal cenário pode ter elevado
a compra do produto já pronto, ou seja, a carne.

RELAÇÃO DE TROCA E INSUMOS

Em novembro, os preços da soja e derivados apresentaram movimentos distintos ao longo do mês. Nas primeiras semanas, as cotações do grão recuaram no físico brasileiro, decorrente do relatório do USDA (Departamento da Agricultura dos Estados Unidos) indicando crescimento nas estimativas de produção norte-americana em relação aos dados de outubro. Nos últimos dias do mês, no entanto, os preços da soja voltaram a subir no Brasil e no mercado externo. A preocupação com o ritmo de cultivo da soja na América do Sul, que estava em atraso em relação ao ano anterior, foi o principal motivo do impulso das cotações. Além disso, a maior demanda norteamericana por soja em grão e derivados para exportação sustentou as valorizações observadas nos
últimos sete dias do mês.

Quanto ao milho, as cotações seguiram firmes no mercado nacional ao longo do mês. Estimativas de que a safra argentina continuava atrasada atraiu compradores para o Brasil em novembro, o que contribuiu com o desempenho das exportações do cereal, resultando em novo recorde mensal – cerca de 3,9 milhões de toneladas de milho foram embarcadas em novembro. A alta demanda externa e os baixos estoques internacionais deram tom altista no mercado de milho, além da firme demanda do mercado interno.

Entre 31 de outubro e 30 de novembro, a tonelada de farelo de soja desvalorizou 0,4% em Campinas (SP), a
R$ 1.139,98 no encerramento de novembro. Na região de Chapecó (SC), o derivado chegou a R$ 1.191,42/t,
recuo de fortes 7% no período.

Em relação aos preços do milho, as valorizações de maior intensidade foram observadas nas regiões paranaenses e paulistas. Na região paulista, a saca de 60 kg de milho valorizou 9,6%, a R$ 34,90. Na região catarinense, o preço médio do cereal foi para R$ 34,42/sc, elevação de 2,5% em novembro.

CARNES CONCORRENTES

Se no mercado externo a carne brasileira parece ganhar competitividade, no Brasil, a situação é bem diferente frente às concorrentes (bovina e de frango). Isso porque, em novembro, o preço da carcaça comum suína se aproximou ainda mais do valor médio da carcaça casada bovina– ambas negociadas no atacado da Grande São Paulo. Tal cenário favorece o consumo de carne bovina, que é preferida pelo brasileiro.

A diferença entre o preço da carcaça comum suína e da carcaça casada bovina chegou a ser de apenas 66
centavos no último dia 30 de novembro, quando a carcaça suína esteve, em média, a R$ 5,59/kg e a carcaça casada bovina foi negociada a R$ 6,25/kg. A última vez que os preços dessas carnes estiveram tão próximos foi em junho de 2009 – naquela época, o preço médio da carne suína foi impulsionado pela notícia de que a Rússia voltaria a comprar o produto de Santa Catarina, que estava embargado desde os focos de aftosa em 2005.

Por outro lado, as cotações de carne suína vêm se distanciando das de frango – o frango inteiro resfriado
fechou novembro, em média, a R$ 3,65/kg – o que favorece a competitividade da concorrente.

Fonte: Cepea/Esalq

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