Comentários referentes ao período entre 07/12/2012 a 13/12/2012.
As cotações da soja em Chicago terminam esta semana bastante firmes com o fechamento do dia 13/12 ficando em US$ 14,76/bushel. As razões são as mesmas apontadas no comentário passado, tendo por acréscimo o fato de que o relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado no dia 11/12, pouco trouxe de novidades, salvo uma pequena redução nos estoques finais dos EUA.
Neste sentido, a síntese do relatório seria:
a) safra dos EUA, já colhida, confirmada em 80,8 milhões de toneladas (esse número pode ainda ser revisto no relatório de janeiro);
b) estoques finais nos EUA em 3,54 milhões de toneladas, contra 3,81 milhões estimadas em novembro;
c) preços médios aos produtores dos EUA em recuo, ficando agora no patamar entre US$ 13,55 e US$ 15,55/bushel para 2012/13;
d) safra mundial mantida em 267,7 milhões de toneladas;
e) estoques mundiais em leve queda, ficando agora em 59,9 milhões de toneladas, contra 60 milhões no mês anterior;
f) produção brasileira e argentina ainda conservadoras (caso o clima seja normal), em 81 e 55 milhões de toneladas respectivamente;
g) importações chinesas para este novo ano comercial mantidas em 63 milhões de toneladas.
Dito isso, é importante lembrar que as projeções de safra no Brasil e na Argentina, em clima normal, continuam apontando para um recorde histórico, com respectivamente 82,6 milhões e 58 a 62 milhões de toneladas.
Pelo lado dos EUA, os registros de exportação de soja, na semana encerrada em 29/11, ficaram em 1,44 milhão de toneladas, superando largamente a expectativa do mercado, que era de um volume entre 400.000 e 700.000 toneladas. Isso auxiliou a fortalecer as cotações em Chicago.
Paralelamente, a China poderá alcançar um volume importado superior a 58 milhões de toneladas em 2012, fato que igualmente dá sustentação, por enquanto, ao mercado.
Soma-se a isso o fato de a Argentina, assim como o Brasil, ter muito pouca soja, no momento, para exportar. Tanto é verdade que nos nove primeiros meses de 2012 os argentinos exportaram apenas 4,54 milhões de toneladas, contra 7,31 milhões em igual período do ano anterior.
Enfim, o prêmio nos portos brasileiros oscilou entre 25 e 36 centavos de dólar por bushel, enquanto nos EUA (Golfo do México) ficou entre 75 e 80 centavos (todos para março). Já em Rosário (Argentina), para abril, o prêmio oscilou entre 8 e 25 centavos de dólar por bushel.
Nesse contexto, ainda na lógica de preços políticos, pois não há praticamente produto para negociar, os preços no Brasil se mantiveram na mesma linha das últimas semanas. O balcão gaúcho fechou a média semanal e R$ 67,29/saco, enquanto os lotes ficaram ao redor de R$ 76,50/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes giraram entre R$ 65,35/saco em Sapezal (MT) e R$ 75,50/saco em Pato Branco (PR). Em termos de preços futuros, os mesmos se comportam na mesma linha dos registrados na semana anterior. Vale registrar que, com a intervenção do Banco Central no mercado de câmbio, o dólar estabilizou ao redor de R$ 2,07 nesta semana.
Este conjunto de variáveis, levando-se em conta a tendência de safra cheia na América do Sul, e a manutenção do câmbio e do prêmio nos atuais níveis, já que o clima está normal (salvo um bolsão de seca no norte do Paraná e alguns pequenos problemas no Centro-Oeste), indica, neste meados de dezembro, um preço médio no balcão gaúcho, variando ainda entre R$ 48,00 e R$ 54,00/saco entre março e abril.
Enfim, o plantio da atual safra de soja no Brasil chegou, no dia 07/12, a 94% da área estimada, com 80% no Rio Grande do Sul e na Bahia, 97% em Goiás, 95% em Santa Catarina e 90% em Minas Gerais. Ou seja, o mesmo está dentro da normalidade histórica.
Abaixo segue o gráfico da variação de preços da soja no período de 16/11 a 13/12/2012.