Comentários referentes ao período entre 07/12/2012 a 13/12/2012.
As cotações do milho em Chicago pouco se alteraram nesta semana, inclusive cedendo um pouco em relação a semana anterior. O fechamento desta quinta-feira (13/12) ficou em US$ 7,12/bushel, após US$ 7,47 uma semana antes.
O relatório do USDA nada trouxe de grandes novidades igualmente para o cereal, fixando a colheita dos EUA, já encerrada, em 272,5 milhões de toneladas e os estoques finais naquele país sendo mantidos em 16,4 milhões de toneladas. O patamar de oscilação dos preços médios a serem recebidos pelos produtores estadunidenses, em 2012/13, foi reduzido para valores entre US$ 6,80 e US$ 8,00/bushel, enquanto a produção mundial foi elevada em quase 10 milhões de toneladas, ficando agora projetada em 849,1 milhões de toneladas. Todavia, os estoques finais mundiais foram mantidos em 117,6 milhões de toneladas. A produção brasileira está projetada em 70 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina ficaria em 27,50 milhões de toneladas.
Nesse contexto, o mercado continua trabalhando na lógica da pouca oferta estadunidense e a forte procura pelo milho sul-americano, em especial o brasileiro. O retorno das chuvas em grande parte do sul do Brasil e Argentina mantém o mercado na expectativa de uma excelente safra nessa região, porém, talvez insuficiente em alguns momentos para bancar toda a demanda existente. É o caso do Rio Grande do Sul, onde a quebra devido a geada de setembro possa ter chegado a 20%, comprometendo a produção gaúcha, esperada ainda entre 5 e 5,4 milhões de toneladas. Todavia, o consumo local será superior a 7 milhões de toneladas, principalmente se aves e suínos mantiveram o atual nível de preços aos criadores.
O plantio da safra de verão no Centro-Sul brasileiro está praticamente encerrado nesse meados de dezembro, com o mesmo ficando ao redor de 5,2 milhões de hectares. Isso confirma um recuo de 11,8% em relação ao ano anterior, porém, menor do que os 15% inicialmente projetados.
Além disso, pelo lado da exportação, as nomeações de navios em dezembro já atingem a inimagináveis 3,7 milhões de toneladas, havendo nomeações para janeiro nesse momento. Ou seja, as exportações totais brasileiras em 2012/13, ano comercial que se encerra em 31/01/13, deverão superar 20 milhões de toneladas, pressionando mais para cima os preços internos, pelo menos até a colheita em fevereiro/março.
Em tais exportações se confirmando, os estoques finais brasileiros de milho recuam para apenas 2,72 milhões de toneladas em 2012/13, contra expectativas iniciais que chegavam a apontar quase 10 milhões de toneladas em estoque, após a super-safrinha colhida em meados do corrente ano.
Nesse contexto, os preços do milho no país se mantiveram firmes, embora registrando recuos nesta semana, com o balcão gaúcho fechando a média semanal em R$ 29,18/saco, enquanto os lotes estiveram em R$ 34,50/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 19,00/saco na região de Sorriso (MT) e R$ 35,25/saco nas regiões catarinenses de Videira e Concórdia.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias nacionais, valendo R$ 49,15/saco para o produto oriundo dos EUA e R$ 42,32/saco para o produto argentino, ambos para dezembro. Já para janeiro o produto argentino ficou em R$ 42,57/saco. Na exportação, por sua vez, o produto no transferido via Paranaguá atingiu a R$ 33,77/saco para dezembro; R$ 33,91 para janeiro; R$ 34,08 para fevereiro; R$ 33,98 para março; R$ 34,14 para abril; R$ 34,35 para maio; R$ 32,64 para junho; e R$ 30,03/saco para setembro.
A título de projeção, importante se faz destacar, conforme Safras & Mercado, que para 2013, mesmo com uma produção nacional total projetada entre 69 e 70 milhões de toneladas (se o clima deixar), os estoques finais poderão ser elevados, chegando a 8,1 milhões de toneladas, já que as exportações poderão recuar para algo em torno de 12 milhões de toneladas. Obviamente isso irá depender da oferta argentina e, particularmente, da futura safra dos EUA, mas também da demanda interna, que voltou a aquecer neste final de 2012 (o consumo interno total brasileiro está projetado em 52,3 milhões de toneladas em 2013, contra 51,2 milhões no corrente ano). Porém, se vier a acontecer, naturalmente os preços do cereal, no mercado interno brasileiro, deverão recuar de forma até importante para meados do próximo ano.
Abaixo segue o gráfico da variação de preços do milho no período de 16/11 a 13/12/2012.