Comentários referentes ao período entre 30/11/2012 a 06/12/2012.
As cotações do milho praticamente estacionaram durante a semana, confirmando assim o alto teor especulativo da soja, o qual pode não ter sustentação por muito tempo. O fechamento desta quinta-feira (06) ficou, para o bushel de milho, em US$ 7,47, contra US$ 7,40 na média de novembro e US$ 7,51 uma semana antes.
Os dados de exportação estadunidense, diante das dificuldades de navegação no Mississipi, estiveram pressionando o mercado do cereal. Além disso, novo relatório do USDA para o dia 11/12 é esperado.
Assim, as exportações dos EUA na semana anterior ficaram em apenas 244.689 toneladas, contra uma expectativa de cerca de 585.000 toneladas pelo mercado.
A tendência continuará sendo de exportações em volume reduzido nos EUA, em especial pela forte quebra de safra do cereal naquele país.
Paralelamente, os preços FOB da tonelada de milho na Argentina e no Paraguai fecharam a semana estáveis em US$ 300,00 e US$ 165,00 respectivamente.
No Brasil, por sua vez, os preços continuaram subindo na maioria das praças. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 29,05/saco, enquanto os lotes, no norte do Estado, estiveram em R$ 35,05/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes giraram entre R$ 20,00/saco em Lucas do Rio Verde (MT) e R$ 35,50/saco em Chapecó (SC).
As novas dificuldades de exportação nos EUA aceleraram a demanda pelo produto brasileiro. Em novembro, oficialmente, o Brasil exportou 3,91 milhões de toneladas, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Assim, o acumulado do ano comercial, iniciado em fevereiro, chega a 16,1 milhões de toneladas exportadas. E dezembro já teria nomeações de navios ao redor de 2,94 milhões de toneladas. Se esse número se confirmar na prática, o total exportado subirá para 19 milhões faltando ainda o mês de janeiro/13 para fechar o atual ano comercial. Isso significa que realmente o país poderá atingir as 20 milhões de toneladas exportadas com milho e até mesmo ultrapassar esta marca, mesmo com os problemas de logística existentes. Até outubro, inclusive, o maior importador individual do milho brasileiro era o Irã, com 1,97 milhão de toneladas, seguido da Coreia do Sul com 1,7 milhão de toneladas.
Nesse contexto, não há como os preços internos do milho recuarem, pelo menos até março próximo, quando a nova safra nacional de verão entra no mercado.
Enfim, a semana terminou com as importações, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 52,06/saco para o produtos dos EUA e R$ 45,38/saco para o produto da Argentina, ambos para dezembro. O mesmo preço para janeiro ficou em relação ao produto argentino. Já na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 35,62/saco para dezembro; R$ 35,69 para janeiro; R$ 35,91 para fevereiro; R$ 35,69 para março; R$ 35,34 para abril; R$ 34,99 para maio; R$ 34,01 para junho e R$ 30,67/saco para setembro. (cf. Safras & Mercado)
Vale ainda destacar que as últimas projeções para a safra nacional de milho 2012/13 apontam 28,9 milhões de toneladas na safra de verão, sendo 5,4 milhões no Rio Grande do Sul; 6,4 milhões no Paraná e 5,8 milhões de toneladas em Minas Gerais. A safrinha está agora projetada em 34,1 milhões de toneladas, sendo 12,6 milhões no Mato Grosso e 10,5 milhões de toneladas no Paraná. A produção do Norte/Nordeste ficaria em 5,9 milhões de toneladas, o que levaria o total geral do país a praticamente 69 milhões de toneladas, contra 72,3 milhões neste último ano. (cf. Safras & Mercado) Nesse momento, a safra de verão já estaria com 92% da área semeada no Centro-Sul brasileiro.
Abaixo segue o gráfico da variação de preços do milho no período de 09/11 a 06/12/2012.